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Exposição destaca raízes africanas no português do Brasil e está em cartaz no Espírito Santo

Mostra ainda conta com participação inédita de artistas capixabas

Por Redação Folhaonline.es

Publicado em 20 de setembro de 2025 às 12:00

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Linguas africanas que fazem o Brasil no Museu da Lingua Portuguesa Credito Guilherme Sai
Línguas africanas que fazem o Brasil no Museu da Língua Portuguesa. Foto: Guilherme Sai

Com entrada gratuita, a exposição Línguas africanas que fazem o Brasil está em cartaz no Palácio Anchieta, em Vitória, desde o último dia 9 de setembro. Com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana, a mostra destaca a influência das línguas africanas no português falado no país e, nesta edição capixaba, conta com a participação inédita de artistas locais.

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O Museu Vale, em parceria com o Museu da Língua Portuguesa, traz para o Espírito Santo a exposição Línguas africanas que fazem o Brasil, que abre dia 9 de setembro no Palácio Anchieta, sede do Governo do Estado. Recorde de público do Museu da Língua Portuguesa desde sua reabertura, com mais de 240 mil visitantes em São Paulo, a exposição gratuita chega a Vitória como uma iniciativa do Instituto Cultural Vale. Com a curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana, investiga as influências das presenças africanas que se manifestam nas linguagens, no vocabulário e na pronúncia do português falado no Brasil. A edição em Vitória ganha também a contribuição inédita de artistas capixabas.

A exposição fica em cartaz até 14 de dezembro, de terça a sexta-feira, das 8h às 18h, e sábados, domingos e feriados, das 9h às 16h, com classificação livre, e conta com recursos de acessibilidade como audiodescrição, Libras e acessibilidade motora. As visitas educativas para escolas podem ser agendadas nos telefones (27) 3636-1031 e (27) 3636-1032 ou pelo e-mail [email protected].

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A configuração do português falado no Brasil, seu vocabulário e a maneira de pronunciar as palavras, tem influência profunda das línguas presentes na África Subsaariana, como o iorubá, eve-fon e as do grupo bantu. Trata-se de uma história e de uma realidade legadas por cerca de 4,8 milhões de pessoas africanas trazidas de forma violenta ao país entre os séculos 16 e 19, durante o período do regime escravagista. Além da língua, essa presença pode ser sentida em manifestações culturais como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos.

Obra Jaine Muniz Credito Jaine Muniz
Obra e foto Jaíne Muniz.

Na exposição, produções audiovisuais, instalações sonoras, símbolos Adinkra (utilizados como sistema de escrita pelo povo Ashanti) e materiais como búzios são alguns dos elementos que se encontram em um espaço de memória e celebração, conectando passado e presente, oralidade e escrita. Assim, o resultado é uma experiência imersiva que reconhece e valoriza as heranças afrodiaspóricas em constante transformação.

Segundo a diretora do Museu Vale, Claudia Afonso, é de extrema importância trazer para o Espírito Santo uma mostra que conecta história, identidade e cultura. “Essa exposição é uma forma de ampliar o acesso do público capixaba a uma experiência cultural única, que valoriza a diversidade e reconhece a força das raízes africanas na formação do Brasil. É uma oportunidade de reconhecer a pluralidade de vozes, palavras e símbolos que compõem a riqueza cultural brasileira, marcada pela força da ancestralidade”, explica.

Nesta edição realizada pelo Museu Vale, além de obras de artistas que fizeram parte da primeira montagem em São Paulo, como J. Cunha, Aline Motta, Rebeca Carapiá e Goya Lopez, o olhar se volta para o território capixaba, com a participação de três artistas: Castiel Vitorino Brasileiro, Natan Dias e Jaíne Muniz. A articulação dessas narrativas, aliada ao diálogo com educadores, comunidades e paisagens locais, reforça a identidade enraizada no Espírito Santo.

A artista plástica, escritora e psicóloga Castiel Vitorino Brasileiro apresenta Me basta mirarte para enamorarme otra vez, um estudo sobre abstração caligráfica. De linhagem Bantu Brasileira, ela explora seu pertencimento étnico em desenhos que se assemelham a cosmogramas bakongos, desenhos sagrados da umbanda e diagramas de outras diásporas de etnias Bantu.

Obra Castiel Vitorino Credito Feliipe Amarelo
Obra de Castiel Vitorino. Foto: Felipe Amarelo

Já o artista multidisciplinar Natan Dias pesquisa sobre a confluência dos materiais e suas tecnologias, e o deslocamento da memória no espaço-tempo. Sua obra faz parte da série Movimento, na qual as peças de ferro pulsam como corpo coletivo, na definição do artista.

E a artista visual e pesquisadora Jaíne Muniz constrói narrativas abstratas com elementos da terra, buscando uma reformulação da existência preta e dissidente de gênero. Nas obras Ser-horizonte e O que a água levou, a artista afirma a terra, a água e o vento como forças e cria linguagem no entrelaçamento de corpo e paisagem.

A exposição também conta com a participação especial do artista plástico Rick Rodrigues, que bordou 17 palavras incorporadas ao português oriundas de línguas africanas, apresentadas em bastidores de madeira. Serão destacadas palavras como marimbondo, dendê, canjica, minhoca e caçula, e seus significados.

Obra Nathan Dias Credito Felipe Amarelo
Obra de Nathan Dias. Foto: Felipe Amarelo.

Línguas africanas que fazem o Brasil é uma iniciativa do Instituto Cultural Vale e do Museu Vale, com concepção do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo; patrocínio da Vale; apoio do Governo do Estado do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Cultura, e realização do Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à Cultura.

Museu Vale Extramuros

O Museu Vale, em seu momento extramuros, expande suas atividades e leva diferentes manifestações da arte e programas educativos para praças, parques, escolas e outras instituições culturais, alcançando novos públicos e abrangendo outros municípios do Espírito Santo. Através de intercâmbios e trocas de conhecimento, a atuação do Museu continua com seu legado de preservação da memória cultural, possibilitando e fomentando ações de pesquisa, educação, comunicação e formação, sempre próximo às produções capixabas.

Em destaque estão as últimas mostras desenvolvidas pelo Museu Vale, que reuniram mais de 220 mil visitantes: “Quebra-mapa”, “Quem Tem Medo de Bicho Pau?”, “Vidas em Cordel”, “Transitar o Tempo”, “Folhear”, “O Extraordinário Universo de Leonardo Da Vinci”, “Memórias do Futuro – Um olhar sobre a coleção do IHGB” e a exposição “De onde surgem os Sonhos – Coleção Andre a e José Olympio Pereira”.

Serviço

Exposição Línguas africanas que fazem o Brasil – Itinerância Espírito Santo

Visitação:
Data: de 10 de setembro a 14 de dezembro
Horários: de terça-feira a sexta-feira, das 8h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 9h às 16h
Local: Palácio Anchieta – Praça João Clímaco, s/n – Centro, Vitória – ES
Entrada gratuita e Classificação Livre.

*Com informações da Assessoria de Comunicação

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