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Guarapari como inspiração: o olhar artístico de Marcelo Moryan

O artista multimídia e um apaixonado pela Cidade Saúde é o entrevistado da edição 63 da revista Sou

Por Natiele Ribeiro dos Santos

Publicado em 24 de dezembro de 2025 às 09:00

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Fotos Marcelo Moyran 4

Há três décadas, o publicitário, escritor, fotógrafo e artista multimídia Marcelo Moryan encontrava em Guarapari não apenas um endereço, mas um lar para o olhar e para o coração. Mineiro de origem e cidadão do mundo por trajetória, Marcelo percorreu diferentes cantos do Brasil antes de se encantar pelo Espírito Santo. Essa vivência moldou o olhar sensível sobre a diversidade cultural e natural do país, mas foi em Guarapari que ele descobriu o cenário perfeito para transformar emoção em imagem. Autor do livro “Nuances Guarapari” e vencedor de diversos prêmios nacionais e internacionais, Moryan se tornou um dos principais nomes da fotografia autoral capixaba, levando a essência do município para o Brasil e o mundo. Em entrevista à Revista Sou, Marcelo compartilha um pouco dessa trajetória marcada por amor, arte e pertencimento.

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Revista SOU: Você passou por muitos estados antes de chegar ao Espírito Santo. O que fez Guarapari se tornar esse “lar” para você?

Marcelo Moryan: Cheguei a Guarapari porque, quando conheci minha esposa, ela já morava aqui. Ao conhecer a cidade, foi conexão imediata. Como rodei o país de ponta a ponta, já tinha um “faro” apurado para reconhecer um paraíso. Guarapari tem vários: das praias famosas às quase intocadas e exuberantes, as montanhas, a cultura rica e um povo acolhedor. Moro aqui há 30 anos e me sinto como se tivesse nascido neste lugar.

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SOU: Você se lembra do primeiro clique que fez aqui e que te fez pensar: “é isso que eu quero registrar”?

Marcelo: Lembro, sim: foi no Morro da Pescaria. Ali é um paraíso à parte, onde encontramos três joias quase escondidas — Praia Vermelha, Ermitão e Prainha do Sul. Aquela luz, a textura das pedras, o silêncio… Foi quando pensei: “é isso que eu quero narrar com imagens”.

SOU: Suas fotos vão além da técnica. O que você busca transmitir quando fotografa Guarapari?

Marcelo: Quando fotografo, quero que a imagem tenha voz própria — que fale por si. Mesmo quando não tenho a pretensão de fazer algo “artístico”, busco um conteúdo que respire, que convoque memória, afeto e pertencimento. É curioso: quem adquire o livro Nuances Guarapari costuma manuseá-lo com cuidado, quase como quem cumpre um ritual — não apenas “ver” com os olhos, mas “sentir” com as mãos. Acho que o carinho colocado no projeto deu vida ao livro.

Fotos Marcelo Moyran 1

SOU: O que, no dia a dia na cidade, te inspira ou te conecta ainda mais a ela?

Marcelo: Observar os barcos no canal. Ali parece pulsar a alma da cidade. Ver o amanhecer no canal é como assistir Guarapari despertar — a luz, o movimento, o rangido das cordas, a maresia. É uma coreografia cotidiana que me ancora e me inspira.

SOU: Como nasceu a ideia do projeto “Nuances Guarapari”?

Marcelo: A semente veio com a minha primeira exposição, em 2013. Mas tirar o projeto do papel levou uma década. Não foi fácil: muitas portas institucionais se fecharam com promessas vazias. Em determinado momento, percebi que já havia construído um nome e decidi me colocar à frente, de forma direta. A adesão foi grande — tanto que imprimimos 3.200 exemplares. Curatorialmente, eu e minha esposa, Marcia Guanandy, trabalhamos em uma tríade que me acompanha: Cotidiano, História e Arte.

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SOU: Você imaginava que o Nuances teria tanta repercussão e se tornaria uma vitrine internacional para a cidade?

Marcelo: Planejar, eu planejei com muito cuidado — foram anos lapidando. Mas a repercussão sempre surpreende. Ver o projeto ganhando rua e mundo nos enche de orgulho. Guarapari merece essa projeção. Além do livro, o Projeto Nuances tem um site e iniciaremos exposições itinerantes. A ideia é seguir amplificando aquelas mesmas paisagens que me capturaram no primeiro clique.

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SOU: Quem é o Marcelo quando não está fotografando, escrevendo ou produzindo?

Marcelo: Talvez essa versão “fora de cena” nem exista [risos]. Estou sempre fotografando, escrevendo e produzindo. Durmo pouco — muito pouco — e amo aprender coisas novas, principalmente nas áreas em que atuo: publicidade, design, fotografia e literatura. Há muitos anos sou reconhecido como artista multimídia. Essa versão multimídia preenche todos os meus espaços — e eu amo ser assim. Não mudaria meu ritmo nem meu cotidiano. Aliás, em 2026 lançaremos um romance de ficção literária. Meu lazer é aprender e transformar aprendizado em obra. Tudo isso acontece aqui, em Guarapari, meu eterno laboratório criativo.

@marcelomoryan

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