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Calçadão, pracinhas e até barreira física para evitar invasões no mangue
Por Glenda Machado
Publicado em 2 de dezembro de 2015 às 21:20
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É o que prevê o projeto de urbanização da Reserva de Concha D’Ostra

CERCA colocada pelo Iema no final de 2014 para tentar conter as invasões.
Depois das cercas para evitar mais invasões em área de mangue, o objetivo agora é fazer uma barreira física com 10 km de perímetro para preservar a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Concha D’Ostra. O projeto de urbanização prevê calçadão de 2 km de extensão e quatro pracinhas entre os bairros de Lameirão e Kubistchek. As obras estão previstas para começar no início de 2016.
“Já tentamos de tudo para conter as invasões, até a cerca os moradores quebraram. É muito difícil fiscalizar ali, porque o mangue fica nos fundos das casas. Então eles vão avançando o terreno para dentro da área de preservação. A alternativa foi criar uma barreira física que também trouxesse benefícios para a comunidade e dificultasse o aterro como será com o calçadão”, explicou a secretária de Meio Ambiente Jéssica Martins.
De acordo com ela, o contrato já está assinado desde agosto com a empresa ganhadora da licitação – a Construtora Gótica. Estaria faltando apenas a licença do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema). Como a reserva é uma unidade de conservação estadual é necessário ter a liberação do órgão responsável. São 953,5 hectares envolvendo pelo menos 10 bairros da cidade. Porém, o mais sensível às invasões é o Lameirão.
“Quem está em área invadida vai permanecer, isso já acordamos com os moradores desde que fizemos o levantamento topográfico em 2013. Porém, quem invadiu depois, se tiver como desviar o percurso do calçadão, vamos tentar, mas se criar mais ônus, teremos que recorrer à justiça para a reintegração de posse e auto de demolição”, afirma a secretária.
Os recursos para o investimento é de quase R$ 3 milhões. Deste total, R$ 2 milhões já estão em conta específica do Iema. Resultado de um convênio do órgão com a prefeitura e a Samarco. A mineradora pagou como compensação ambiental do licenciamento da 4ª Usina da Samarco. O restante, a prefeitura, pretende conseguir mediante outras parcerias.
“A primeira fase da obra será a pavimentação das praças, a barreira física entre as casas e o mangue e o calçadão. Um investimento de R$ 2 milhões. Já a segunda fase abrange o mobiliário para as praças e a iluminação, o que estimamos que fique em torno de R$ 800 mil. Será um ano e meio de obra. Se começarmos no início do ano que vem, a intenção é inaugurar em meados de 2017”.
O Conselho Gestor da Reserva e a ONG Gaya Religare já demonstraram posicionamentos favoráveis ao projeto sob o argumento de que preservar o mangue vai além da questão ambiental, pois também contribui com o turismo, com a economia, com a pesca, com a cultura e até com a gastronomia da cidade. Os moradores também afirmam que vão respeitar o limite. Mas não quiseram dar depoimentos.
A Reserva. No ano de 2003, foi criada como Estação Ecológica. Mas, através da Lei Estadual nº 8464/2007, foi instituída como Reserva Estadual de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Concha D’Ostra. O intuito é que os manguezais do estuário da baía sejam protegidos. Está é uma área de reprodução de diversas espécies de crustáceos e peixes. Também tem fragmentos de Mata de Tabuleiro. O uso econômico da fauna é grande devido os crustáceos, moluscos e peixes como o robalo e a tainha. Porém, a zona apresenta grande desafio: conter as ocupações irregulares e a depredação do meio ambiente.
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