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Coluna Marcelo Moryan: A implacável lei universal do TOMBO
Por Marcelo Moryan
Publicado em 30 de novembro de 2025 às 18:00
Atualizado em 30 de novembro de 2025 às 18:00
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Há quem acumule mil livros, milhões de citações, tratados inteiros de sabedoria. Mas se tudo isso fosse jogado no grande liquidificador metafísico e coado no pano mais fino do universo, sobraria apenas uma regra, tão universal quanto impiedosa: um dia você está por cima, no outro está por baixo. Heráclito, com seu bom humor pré-socrático, já havia dado a dica: “Nada é permanente, exceto a mudança.”
A vida é um jogo, e não adianta esconder as cartas: todo mundo joga. O detalhe — o detalhe cruel — é que o que determina o futuro não é o que você faz quando está perdendo, mas o comportamento que você adota quando está ganhando. Porque a colheita, como lembrava Aristóteles, não é acaso: “Somos aquilo que repetidamente fazemos.”
Se, no auge, você planta arrogância, ódio e fake news, não reclame da justiça do universo quando a maré começar a baixar. Ela só está devolvendo o que você mesmo semeou. E, convenhamos, a história recente está oferecendo exemplos mais didáticos que qualquer aula de filosofia: políticos que se achavam intocáveis agora são tocados — e com mandado. Pessoas que juravam estar acima da lei descobrem que a lei, além de memória, tem senso de humor.
Porque o mundo gira. Gira, gira e gira. E a descida costuma ser mais rápida que a subida.
E é aqui que merece entrar a passagem que resume tudo:
Deus perdoa. Você perdoa. O vizinho perdoa. A torcida do Flamengo — quando acorda de bom humor — até perdoa. Mas há uma força que não perdoa nunca: a LEI UNIVERSAL DO TOMBO.
Sim — bem-vindo ao livre-arbítrio.
No jogo da vida, as melhores cartas não são aquelas que nos colocam no topo por alguns minutos, mas aquelas que evitam que a gente chute a mesa quando perde. Saber perguntar “por que perdi?” vale mais do que convocar recontagem, pleitear intervenção ou fazer vídeo dramático para a internet.
Plantou respeito? Colherá serenidade. Plantou diálogo? Colherá aliados. Plantou insanidade digital? Pois bem… a colheita é garantida.
No fim, Marco Aurélio — que conhecia tanto o poder quanto o abismo — talvez tenha explicado melhor que todos: “A vida é opinião.” Ou seja: o destino é criado por aquilo que fazemos, principalmente quando pensamos que ninguém está olhando.
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As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es
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