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Coluna Marcelo Moryan: “EU AMO TRUMP”- sqn
Por Marcelo Moryan
Publicado em 20 de julho de 2025 às 18:00
Atualizado em 20 de julho de 2025 às 18:00
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O cenário global, por vezes, não parece tingido; ele sangra em tons sombrios. A retórica da divisão não ecoa; ela estronda, dilacerando o que resta de coesão. A velha máxima de “dominados e dominadores”—aquela que a história deveria ter enterrado—ressurge com uma virulência assustadora. E a cultura do ódio? Não se expande; ela devora o espaço, transformando o próprio amor—sim, o amor—em uma moeda de troca vil, um cálculo frio e de interesses.
Nesse turbilhão, figuras como Donald Trump não apenas personificam; elas escancaram a face mais ruidosa e polarizadora dessa cultura. Diante de tanta polarização, chega a ser irônico pensar que, para alguns, a adesão a essa retórica é tão fervorosa que quase nos faz exclamar, com um misto de sarcasmo e desilusão: “EU AMO TRUMP”—sqn. Sua retórica—que incita a divisão e a supremacia—não contrasta; ela colide frontalmente com o legado de um homem que, justamente nesse mês—18 de julho—celebraria mais um aniversário: Nelson Mandela.
Mandela—forjado em quase três décadas de privações e violências que desafiam a compreensão—emergiu da prisão de Robben Island. Não com sede de vingança, mas com uma visão de reconciliação. Onde a mediocridade busca poder pela imposição e pela polarização, Mandela buscou a união pela empatia e pelo perdão. Enquanto a narrativa atual glorifica o “eu” e a dominação, ele nos ensinou que a verdadeira força reside na capacidade de construir pontes onde só havia abismos—mesmo com aqueles que nos feriram.
Sua máxima, “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”, não se refere apenas ao conhecimento formal. É um chamado à educação do espírito—à capacidade de transcender a mágoa e focar na construção de um futuro comum. Ele dialogou com seus algozes—desarmou o ódio com a razão e a humanidade—deixando para trás o passado—não para esquecê-lo—mas para forjar um amanhã que parecia impossível.
Em um mundo seduzido pela agressão—obcecado por “imperadores” de barro—a voz de Mandela não ecoa; ela troveja como um lembrete brutal: a verdadeira liderança não se impõe. Ela se constrói no perdão, na capacidade humana de coexistir. Sua urgência não é um convite—é uma condenação se a ignorarmos. É a nossa urgência.
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