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Coluna Marcelo Moryan: Woo-woo – Acorda, Amor!
Por Marcelo Moryan
Publicado em 3 de agosto de 2025 às 18:00
Atualizado em 3 de agosto de 2025 às 18:00
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“Acorda, amor Eu tive um pesadelo agora Sonhei que tinha gente lá fora batendo no portão, que aflição”
Os versos de Chico Buarque em “Acorda, Amor” (1974) ressoam hoje com angústia familiar. Nascida na ditadura, a canção, com seu pavor da sirene policial e a iminência de invasão, era um grito cifrado contra a repressão. Chico usou pseudônimos, driblando a censura e transformando a apreensão em hino de resistência.
O pesadelo atual não é militar, mas a apreensão por extremismos, “tarifaços” e sanções. A sensação de que algo pode “invadir” a ordem – ataques ao STF, descredibilização eleitoral ou o 8 de janeiro – gera ansiedade coletiva. A metáfora da ameaça iminente, da casa arrombada, reflete um país à beira do abismo, onde a sirene da polícia evoca calafrio.
Há uma ironia cruel e um “tiro no pé” no roteiro político recente. A direita brasileira, ao abraçar a anistia para os “baderneiros” do 8 de janeiro – tentativa de apagar crimes contra a democracia – e torcer por “tarifaços” externos, subestimou a resiliência das instituições e da sociedade. A aposta na desestabilização, em vez de enfraquecer, expôs a fragilidade de suas estratégias.
O que parecia uma cartada para deslegitimar o governo consolidou sua base e galvanizou as forças democráticas.
Analistas como o Nobel Joseph Stiglitz (2001) defendem que líderes mundiais sigam Lula e reajam ao “bullying” de Trump. Stiglitz alerta: Trump minou a democracia nos EUA e não deve fazer o mesmo em outros lugares. Pesquisas apontam: a direita conseguiu o impossível: “ressuscitar” Lula, unindo vários atores institucionais em defesa da ordem constitucional.
Paradoxalmente, essa turbulência pode fazer o Brasil sair mais forte. A democracia está sendo testada ao limite e pode emergir reforçada.
A sirene toca altíssima, o pesadelo é real, mas o país parece ter acordado para defender o que é seu, aprendendo com a história e a aflição. No fim das contas, não se trata de direita, esquerda ou centro, mas do Brasil e sua independência. Acorda, amor!
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As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es
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