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Coluna Palavra de Fé: O luto tem cura
Por Raphael Abdalla
Publicado em 7 de dezembro de 2025 às 12:00
Atualizado em 7 de dezembro de 2025 às 12:00
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Essa semana faleceu um irmão muito precioso de nossa igreja, João Evangelista, marido dedicado, pai amoroso e um servo temente a Deus. Inspirado em sua vida, resolvi escrever este artigo.
A morte sempre nos coloca diante de perguntas profundas. Cada despedida reabre espaços sensíveis na alma, lembrando-nos de nossa fragilidade e da realidade inescapável do sofrimento. O luto é essa travessia entre a presença e a ausência, entre o abraço que se foi e a memória que permanece. É um caminho inevitável, mas não precisa ser um caminho sem cura.
A cura do luto não está em esquecer quem partiu. Está em aprender a lembrar sem que a lembrança destrua, em transformar a dor em gratidão e a ausência em legado. Quando entendemos isso, percebemos que o luto não é o fim da história, mas parte do processo de Deus para restaurar o coração.
A cura do luto começa quando reconhecemos que a dor é legítima. Jesus mesmo chorou diante da morte de Lázaro. Ele não disfarçou o sentimento, não acelerou o processo, não deu respostas prontas. Apenas chorou. Isso nos ensina que o luto deve ser vivido, não negado. A fé não elimina as lágrimas, ela dá sentido a elas.
A cura também acontece quando descobrimos que não caminhamos sozinhos. Deus se apresenta nas horas mais sombrias com consolo e presença real. O salmista declarou que, mesmo no vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque o Senhor estava com ele. Há uma força silenciosa e fiel que sustenta cada passo nessa travessia.
Além disso, a cura do luto se manifesta quando entendemos que a vida continua e que a esperança não desaba com a morte. A ressurreição de Cristo nos lembra que a última palavra nunca é a sepultura. O cristão vive com a certeza de que aqueles que partiram no Senhor não foram perdidos. Foram recebidos. E nós, um dia, os reencontraremos.
Por fim, a cura se completa quando o amor que sentimos por quem partiu se converte em ações que honram sua memória. João Evangelista nos deixou um testemunho de fé profunda, marcada por integridade, humildade e serviço. Ele era daqueles homens cuja vida fala mais alto que qualquer discurso. Amava sua família com devoção, servia à igreja com alegria e carregava no olhar a serenidade de quem caminhava diariamente com Deus.
Honrar sua vida é continuar aquilo que ele começou. É permitir que o bem que ele semeou siga florescendo através de nós. É lembrar que sua presença entre nós foi um presente de Deus, um sinal de graça e um incentivo constante à perseverança.
O luto tem cura. Não porque a dor desaparece rapidamente, mas porque Deus age no tempo certo, sarando o que parecia irreparável. Ele é especialista em reconstruir corações quebrados e em transformar lágrimas em novas forças.
Que todos os que hoje choram encontrem consolo no Deus de toda esperança. E que a vida do nosso irmão João Evangelista continue nos inspirando, lembrando-nos de que a fé vence a morte e que uma vida vivida para Deus permanece para sempre.
Raphael Abdalla é pastor titular da Primeira Igreja Batista em Guarapari e presidente da Convenção Batista do Espírito Santo. Possui formação em Direito, Teologia e MBA em Liderança. Idealizador do projeto Redes de Voluntários. Casado com Ana Paula Abdalla.
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