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Mural de 200m² transforma Porto Grande e valoriza raízes culturais em Guarapari
Projeto Origens reúne artistas para valorizar a memória, a cultura e o meio ambiente na comunidade
Por Maria Leandra Aroeira
Publicado em 9 de junho de 2025 às 11:45
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A comunidade de Porto Grande, conhecida por suas raízes pesqueiras e situada entre o balneário de Meaípe e a Lagoa de Mãe-Bá, em Guarapari, está sendo transformada pela arte. Um mural de mais de 200 metros quadrados, pintado na rua principal do bairro, vem se tornando símbolo da valorização cultural e da resistência ambiental da região.
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A obra é fruto de uma criação coletiva entre a artista multimídia Chris Barreto, o grafiteiro Starley Bonfim e o jovem autodidata Wally Almeida, de 22 anos, morador do próprio bairro. O mural integra o projeto Origens, iniciativa financiada pelo Funcultura, por meio da Lei Paulo Gustavo e do Ministério da Cultura, com apoio de empresas privadas.
Beleza e história
Com cerca de 500 moradores, Porto Grande é um território marcado por fortes laços comunitários e ameaças constantes de especulação imobiliária. “Fiquei surpreso com as histórias das pessoas mais antigas do bairro, foi uma coisa surpreendente”, conta Wally, que participa do projeto desde o início. “Me sinto realizado e honrado com esse mural, que para mim está sendo impactante, uma coisa que me representa”, afirma.
Além de embelezar a principal via do bairro — justamente no caminho da escola local —, a pintura homenageia as matriarcas e patriarcas da comunidade, destacando suas origens negras e indígenas. Segundo os idealizadores, o projeto busca preservar a memória coletiva diante da rápida urbanização e do desaparecimento da vegetação nativa.


Desenvolvimento do projeto
Capixaba que morou por mais de 20 anos em Nova York, Chris Barreto retornou ao Brasil durante a pandemia e escolheu Porto Grande para viver e montar seu ateliê, por conta das raízes familiares em Guarapari. Foi ali que conheceu Wally Almeida e passou a idealizar o projeto, convidando também Starley para somar à equipe. “Nós criamos uma sincronia muito forte entre nós com nossa força de trabalho, uma convivência afetuosa e nossa afinidade em criar arte urbana para trazer consciência social, valorizando nossas raízes afro-indígenas no cenário capixaba”, afirma Chris.

Starley Bonfim também celebra a experiência. Para ele, o mural representa muito mais do que arte visual. “Entre muito sol e muita chuva, a experiência tem sido enriquecedora, com desafios singulares que exigem muita concentração e esforço físico de nossa parte, mas nada que roube o brilho e a importância do que estamos materializando na comunidade, que, por sinal, têm nos dado uma resposta muito positiva em relação à obra. É legal ver a reação das crianças diante dos desenhos, tudo isso é muito inspirador”, diz o grafiteiro.
O mural em Porto Grande é apenas o ponto de partida do projeto Origens. A ideia é estender as ações artísticas para outras comunidades do entorno da Lagoa de Mãe-Bá, e futuramente levar a proposta para fora do país. Um dos objetivos é realizar intercâmbios internacionais, inclusive nos Estados Unidos, onde Chris Barreto construiu boa parte de sua carreira artística.
Saiba mais sobre o projeto Origens no Instagram @origens2025.
*Com informações da Secretaria da Cultura.
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