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Peroá de volta aos mercados de Guarapari
Por Livia Rangel
Publicado em 3 de janeiro de 2016 às 15:00
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Há cerca de um ano, o capixaba voltou a contar com o peroá em sua mesa. O peixe que tinha desaparecido do litoral voltou em grande quantidade, gerando renda e fonte de alimento para diversas famílias.
Em Guarapari, o preço do pescado tem agradado, em média, R$ 10,00 por três quilos do peixe limpo. O que tem gerado discussão, no entanto, é o tamanho dos espécimes, bem menores do que em épocas anteriores de abundância do peixe.
Preocupado em garantir a preservação do peroá, o tamanho mínimo regulamentado pelo Ibama é de 20 centímetros. Mas, apesar da aparência pequena, em Guarapari não foram infrações do tipo, considerando que o pescador tem 20% de tolerância sobre o total capturado. De acordo com órgão, as principais autuações deste ano se concentraram em Marataízes, Piúma e na Serra, somando R$ 147.714,00 em multas.
Sem explicação. Ainda não há base científica para explicar o seu reaparecimento, tampouco o sumiço anterior. Segundo o coordenador do curso de Engenharia de Pesca do Ifes campus Piúma, Juarez Coelho, “não há ninguém no estado pesquisando sobre esse recurso pesqueiro. Só haverá informações concretas após um estudo aprofundado”.
Para quem vive da pesca há quase 30 anos, como o pescador Gilmar Cabral, a falta de tempo para o peixe desovar, devido à intensa atividade pesqueira, pode ser o principal fator para o seu desaparecimento. “Ruim é, mas o trabalho do pescador é esse. O peroá está salvando a renda de muitas famílias nessa crise”, conta Gilmar, que já teve que abandonar o ofício de pescador e se dedicar a outras atividades profissionais enquanto o peixe estava sumido do litoral capixaba.
Enquanto não há estudos que forneçam respostas concretas, o analista ambiental do Ibama, Rafael Oliveira acredita que é possível garantir a preservação do peroá por meio do controle da pesca.
“Atualmente, a legislação apresenta incoerências, pois proíbe a pesca com o puçá, mas permite a atividade de algumas traineiras, método muito mais agressivo utilizado por embarcações maiores, que chegam a capturar 50 toneladas de uma vez. A proibição das traineiras seria um passo importante para garantir que as populações de peroá continuem existindo”, disse.
Reportagem: Mariana Bergamini
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