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Professores que dão lições de vida
Por Livia Rangel
Publicado em 17 de outubro de 2016 às 15:19
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Professor. Uma função que todos adoram elogiar, mas que também está cada vez mais desvalorizada no campo profissional. A remuneração mensal geralmente não faz jus à importância dessa figura na formação de cidadãos, contudo aqueles professores verdadeiros, cuja maior satisfação está em ensinar, muitas vezes fecham os olhos para aquela quantia no contracheque, respiram fundo e dão sequência ao planejamento da próxima semana.
Para homenagear essa profissão, que teve seu dia especial comemorado no último sábado (15), o Jornal Folha da Cidade destacou algumas histórias de professores cujos ensinamentos ultrapassam as barreiras das salas de aula e que são mestres em dar lições de vida.
Colocando a teoria em prática

Antonio, seus filhos do coração, Patricia (18 anos), Bruno (13) Daniele (17), e Breno (11) e a esposa Camila.
Um deles é Antônio Silva. Para ele, o ano de 2010 foi de grandes mudanças, pois até então era apenas pastor e fazia trabalhos voluntários na Casa de Passagem de Guarapari. Com a sua formação em Teologia, ele decidiu ir para a sala de aula lecionar Ensino Religioso, Filosofia e Sociologia. Porém a maior transformação aconteceu dentro do seu próprio lar, ao adotar de uma vez quatro crianças, todas irmãs.
“Desde que começamos a namorar, eu e minha esposa tínhamos o propósito da adoção, mas confesso que nunca havia sonhado em adotar quatro de uma vez. Conheci as crianças, de 12, 11, 7 e 5 anos, na Casa de Passagem e elas estavam a ponto de se separar, cada uma indo para um destino diferente. Depois de muito conversar e pedir a orientação de Deus, tomamos a decisão. Primeiro levamos para casa, como família acolhedora, enquanto o processo de adoção se desenrolava. Foi um período muito difícil, tanto na parte burocrática, quanto na construção de uma rotina nova, da adaptação deles a essa nova realidade. Hoje, somos muito felizes com o que nos aconteceu. A mais velha acaba de completar 18 anos e somos uma família completa”, afirma o professor.
Antônio diz que não são todos os alunos que conhecem a sua história (até agora), mas que o mais importante ao ensinar seus conteúdos, é que ele tenta passar valores de compreensão, cordialidade e amor ao próximo. “Tento mostrar que a teoria também funciona na prática”. E essa lição ele parece estar tirando de letra.
Projetos dão nova vida às aulas de filosofia

O responsável é o professor Claudio Zamborlini (fotos), que admite ser cada vez mais desafiador manter o interesse dos estudantes, independente da disciplina apresentada. “Em meus anos de magistério, observei que os estudantes desejam ser mais valorizados. Eles têm a sensação que são apenas espectadores, então é preciso incentivá-los. Eu acredito muito que a Educação por meio de projetos é a melhor forma de trazer os alunos para mais perto do conhecimento”, comenta Claudio, que mantém uma fanpage para discutir filosofia com alunos, já montou exposições fotográficas e mostras de filmes.
“Podemos fazer um trabalho simples ou algo melhor, se tivermos patrocínio. Infelizmente, nosso empresariado parece privilegiar apenas os projetos de escolas particulares. Mas a escola pública está cheia de bons professores e bons alunos. Está na hora de nos valorizarmos mais”, desabafa. E ele adianta: 2017 será de muitas novidades para seus alunos. Sorte de quem estiver matriculado em uma das turmas.
Todas por uma

“Quando estava concluindo a 8ª série, meu pai expôs que não teria condição nenhuma de arcar com as despesas do meu Ensino Médio. Isso muito me entristeceu; pois sempre gostei de estudar e tinha o sonho de me tornar professora. Mas como Deus é bom e Ele sabe de todas as coisas, algo aconteceu. Fui chamada na minha escola Zenóbia Leão, onde havia cursado o primário. Minhas professoras de 1ª a 4ª série ficaram sabendo que eu teria que parar minha vida estudantil e resolveram fazer algo por mim” relembra.
As professoras em questão eram Alaídes, Jaciara, Sonia, Ana Cecília Santana e Olga Cerutti. Segundo Messilda elas se prontificaram a comprar todo o material didático necessário, uniforme durante o Ensino Médio, que ela finalmente acabou cursando na Escola Normal (hoje EEEM Guarapari).
“Elas falaram que de jeito nenhum eu poderia parar meus estudos; pois eu tinha potencial. E hoje sou uma professora que já atuo no há 30 anos e nunca me esqueci desse gesto maravilhoso de minhas queridas professoras. Elas sempre ocuparam e ocupa um lugar todo especial no meu coração. Elas fizeram diferença na minha vida. Todos nós, professores devemos nos lembrar que ‘você pode fazer a diferença na vida de alguém’ assim como as professoras Alaídes, Jaciara, Sonia, Ana Cecília Santana, Olga Cerutti fizeram na minha. Parabéns para todos nós!”, comemora.
É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do FolhaOnline.es.
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