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Superando desafios no campo, família e negócios

Por Livia Rangel

Publicado em 27 de novembro de 2015 às 11:08

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Moradora de Anchieta, Rosangela Bisi Zuqui venceu Prêmio Sebrae Mulher de Negócios na categoria Produtora Rural
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Rosângela Zuqui, de azul, entre as vencedoras das categorias Microempreendedora Individual, Gabriela Queiroz, e Pequenos Negócios, Kelly Selvatici.

Vem de Córrego da Prata, pequena comunidade rural de Anchieta, uma das vencedoras estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2015. Rosangela Bisi Zuqui, fundadora do grupo Mulheres da Prata, foi a grande vencedora da noite na categoria Produtora Rural.

“Estou muito feliz por ganhar esse prêmio. Não esperava por isso, mas esse momento chegou e eu conquistei. Agradeço a minha família e aos meus amigos pelo apoio e incentivo. Muitas vezes o produtor rural não é reconhecido. Esse prêmio veio para mostrar que não é assim. Agradeço ao Sebrae também pelo aprendizado e a total diferença que faz no meu negócio”, explicou a empresária.

A premiação aconteceu na noite da última quarta-feira (25), destacando três mulheres que são exemplo por suas histórias de vida e empreendedorismo. Além de Rosângela, foram premiadas a vencedora foi a proprietária da empresa Sweet Monster Toys, Gabriela Peruzza Queiroz, na categoria Microempreendedora Individual e a empresária Kely Aliny Neves Selvatici, da loja Kely Modas na modalidade Pequenos Negócios.

De acordo com a gestora do prêmio no estado, Marceliy Bridi, a premiação reconhece e reforça a importância das mulheres no mundo dos negócios. “Sabemos o quão difícil é para as mulheres conseguirem se manter no mercado de trabalho. A jornada tripla – vida social, família e trabalho – muitas vezes faz com que algumas mulheres desistam e que outras nem queiram se arriscar. Neste prêmio, temos a oportunidade de reconhecer histórias de vida, de luta, de dedicação e empreendedorismo dessas mulheres, que conseguiram realizar seus sonhos apesar das dificuldades”, garantiu.

 

Luta e dificuldades. Filha de agricultores, Rosangela trabalhou na lavoura durante sua infância e adolescência e conseguiu estudar até o ensino fundamental. Após a separação dos pais, foi para o Rio de Janeiro morar na casa dos parentes, onde trabalhou dos 15 aos 17 anos, em uma loja de calçados.

Casou-se aos 21 anos. Seu marido era agricultor e Rosangela o ajudava na lavoura e costurava em casa. Com muita luta, ela e o marido conseguiram construir uma casa e tiveram três filhos, Taciano, Weder e Caroline.

Em 1995, durante a crise da agricultura, fez um curso onde aprendeu a transformar produtos agrícolas não aproveitados em bolos, biscoitos, pães entre outros. “A partir desse curso tive a ideia de reunir algumas mulheres que demonstraram interesse, para trabalharmos em grupo, uma vez que muitas delas trabalhavam em casa e precisavam de uma oportunidade para aumentar a renda”, explica Rosangela.

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Sede da Associação Mulheres da Prata, fundada por Rosângela.

Em 1999, aproveitou a festa comunitária para fazer vários produtos e vendê-los. Logo depois, passou a vender de porta em porta. No início, o dinheiro arrecadado era destinado ao investimento. Enfrentou preconceitos por ser mulher e trabalhar fora de casa, sofreu perseguição e chegou até a ser sabotada, mas não desistiu. Iniciou os trabalhos em feiras livres, passou a buscar parcerias, ingressou na diretoria do sindicato dos trabalhadores rurais e tornou-se membro do conselho de desenvolvimento sustentável.

Criou a associação das agricultoras familiares, mais conhecida como Mulheres da Prata, fez um projeto para fazer uma cozinha industrial, juntamente com a prefeitura e EMATER, através do PRONAF, que foi aprovado. Construiu com recurso federal a Sede atual das Mulheres da Prata.

Participou da marcha mundial das mulheres em São Paulo, marchas das margaridas em Brasília, feiras e eventos nos níveis estaduais e municipais.

Atualmente, o grupo Mulheres da Prata tornou-se referência de organização de grupo de mulheres que geram renda para a própria comunidade rural. “Superei muitos obstáculos, muitos desafios, mas estou orgulhosa. Com 55 anos, me sinto capaz, útil e realizada”, afirmou a empreendedora.

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