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CREAS registra 48 casos de violência contra menores por ano

Por Natália Zandomingo

Publicado em 18 de maio de 2016 às 19:31

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O dia 18 de maio é marcado como o dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Estes pequenos cidadãos, que precisam da atenção da família e do Estado fazem parte de uma triste estatística de violação de direitos e abuso sexual.

Em Guarapari, em média pelo menos 48 crianças e adolescentes sofrem algum tipo de violação de direito por ano. Os números são do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS). Desde 2010 foram realizados 288 atendimentos, sendo 133 casos de violência sexual. Atualmente o Centro faz o acompanhamento de 63 crianças. Esses dados são apenas dos atendimentos realizados pelo CREAS.

Segundo Maiana Coutinho, assistente social da Vigilância Socioassistencial, os casos de violação de direito envolvem violência sexual, física e psicológica, abandono, negligência, situação de risco, situação de rua, trabalho infantil, aliciamento, ameaça e exploração sexual.

Caminhada passa por avenidas do Centro de Guarapari.

Caminhada passa por avenidas do Centro de Guarapari.

Na manhã desta quarta-feira (18) a Secretaria Municipal de Trabalho, Assistência e Cidadania (SETAC) realizou uma caminhada para conscientizar a população sobre o tema . O evento teve início na sede da SETAC e percorreu as ruas do Centro de Guarapari até o Radium Hotel.

Segundo Tatiane Littike, gerente de proteção social especial, o evento contou com a presença de cerca de 500 pessoas. “Todas as 500 camisas que confeccionamos para o evento foram distribuídas para os participantes”, disse. Participaram da caminhada adolescentes, adultos e idosos que levaram balões coloridos e cartazes.

Maria Helena Netto, Secretária Municipal de Trabalho, Assistência e Cidadania, declarou que o objetivo da Caminhada é alertar a sociedade e diminuir a violência contra crianças e adolescentes. “Estamos mostrando para a sociedade que o dia de hoje ficou marcado como sendo um dia muito triste devido o caso Araceli. O Grande objetivo do CREAS, do Conselho Tutelar e do Conselho da Criança e do Adolescente é mostrar que o direito da criança não pode ser violado e que abusar sexualmente de uma criança é um dos crimes mais bárbaros que o homem pode cometer”. Maria helena também destacou que muitos casos são velados e acontecem no seio da família, sendo necessário que a sociedade denuncie os maus tratos através do telefone disque 100.

Mônica Welimar, aposentada.

Mônica Welimar, aposentada.

A advogada aposentada Mônica Welimar participou do evento e falou da importância de conscientizar a população. “É importante conscientizar as pessoas para acabar com a impunidade não só em Guarapari, mas em todo o Brasil. Muitas vezes o abusador é o próprio responsável pela segurança da criança”, disse.

Para a professora Maria Aurea, muitos casos ficam encobertos. “Esses abusos acontecem em todas as camadas sociais, mas são mais denunciadas nas classes menos favorecidas ficando encobertos nas mais favorecidas”, contou. O Grupo de Desbravadores da Igreja Adventista também marcou presença no evento. Segundo José Nilton Paiva, coordenador regional adjunto, o grupo participou para dar apoio e incentivar as próprias crianças denunciarem os maus tratos. O grupo desenvolve um trabalho social ajudando a tirar os menores das ruas e evitar que eles entrem em contato com as drogas.

Como denunciar

A população pode ajudar denunciando os abusos contra crianças e adolescentes através do Conselho Tutelar do Município, na Vara da Infância e da Juventude, no próprio CREAS ou se preferir, através do telefone, pelo Disque 100 onde é garantido o anonimato do denunciante. Tatiane Littike também explicou que as vítimas são acompanhadas por assistente social e psicólogo e o Centro faz o acolhimento tanto da criança quanto das famílias.

Caso araceli

Este ano, exatamente no dia 18 de maio, completam 43 anos do assassinato da menina Araceli Crespo, que antes de ser morta foi sequestrada, espancada, estuprada e drogada em uma orgia envolvendo drogas e sexo. O corpo da menina só foi encontrado seis dias após o crime em um terreno próximo ao Hospital Infantil de Vitória, totalmente desfigurado por ácido. O crime chocou o Brasil e teve repercussão em vários veículos de comunicação e até hoje permanece impune.

O caso Araceli se tornou símbolo da luta contra o abuso infantil e no ano 2000 foi sancionada a lei que institui o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, levando as ruas grupos que lutam contra a exploração sexual de menores.

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Grupo dos Desbravadores da Igreja Adventista.

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Desfecho da Caminhada no Radium Hotel.

 

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