Guarapari pede passagem: Gentileza gera gentileza!

Antônio Ribeiro (*)

Uma prática comum em Gramado e algumas cidades com vocação turística, parar para pedestres ou dar passagem a carros, é praxe em Guarapari e costuma surpreender alguns turistas que não tem hábito de vir a nossa cidade.

Como são poucas as cidades que a praticam e hoje o transito na maioria da capitais está mais para louco, esta gentileza é marcante, a ponto de nos diferenciar de outras cidades que competem conosco em tratar bem o turista.

Não sei como esta cultura foi criada mas sei que os motoristas parecem a terem no seu DNA, já que uma maioria a pratica. Mas infelizmente um detalhe a pode pôr a perder, com prejuízos para a imagem da cidade saúde.

A maioria gosta de receber esta deferência, mas peca num detalhe muito importante: agradecer! Muitos ao fazerem parar o tráfego, nem olham para quem o distinguiu. Com isso têm o sentimento de ingratidão.

A pedestre acenou agradecendo durante a travessia. Foto: folhaonline.es

Tanto motoristas como pedestres não percebem, mas não agradecer pode ir matando essa prática. Com o passar do tempo, alguns começam a não a praticar mais e daí para o hábito ser esquecido no dia a dia.

Com relação a dar passagem ao outro motorista, esta prática parece cada vez mais um hábito de verão e entre os habitantes da cidade, fora da temporada, já pouco acontece. Talvez já resultado disso.

Se não levantarmos a mão ou fazermos um sinal de positivo, mostrando ao turista como proceder, podemos estar matando esta prática e talvez só a deixando para idosos ou mulheres. Uma pena!

Sem cobranças e repreensões, só lembrando que esta é uma das coisas mais elegantes da nossa cidade. Educação para o trânsito, que deveria ser lei e que em Guarapari é um hábito salutar.

Tomara que mude e continue sendo assim!

(*) O autor é especialista em marketing, viveu em Porto Alegre, São Paulo e Curitiba, esteve em todos os estados brasileiros, a exceção de Acre, Roraima e Amapá, ministrou cursos em todos os países da América Latina, menos nas três Guianas, escreveu o Guia de Férias e Feriadões e outros 46 livros.