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A lenta agonia de Meaípe e a inoperância dos órgãos públicos

Por Redacão Folha Vitória

Publicado em 20 de junho de 2017 às 19:24

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O olhar distante e nostálgico em direção ao mar da marisqueira Gilda, nos dá uma noção do que se passa na cabeça de moradores e comerciantes de uma das colônias de pescadores mais antigas de Guarapari e famoso polo gastronômico do Brasil. Meaípe agoniza entre o avanço do mar e o abandono do poder público.

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A marisqueira Gilda Pereira, 55 anos, é filha de pescador e nasceu em Meaípe. Ela se recorda de quando, há apenas alguns anos atrás, os moradores jogavam bola no fim do dia na areia da praia.

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Gilda olha para o mar e lembra da época em que a praia de Meaípe tinha uma vasta faixa de areia. Foto: João Thomazelli/folhaonline.es

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“A areia aqui ia longe. O pessoal jogava bola aqui e no fim de semana ficava lotado de mesas e cadeiras na praia. Mas hoje não dá nem para andar porque não tem espaço. A praia sumiu e parece que construíram o muro em cima do mar, mas foi o mar que avançou para cima do muro”, comenta.

Gilda hoje mora no interior, mas ainda tira do mar o sustento. Como não pode trabalhar em época de maré morta, ela colhe milho verde e frutas no quintal e tenta vender na orla da praia, mas sem os turistas, pouco consegue faturar. O mar tem certa responsabilidade sobre isso, mas o abandono das administrações municipais tem uma parcela de culpa importante no declínio econômico de Meaípe.

Com o abandono da orla da praia, o comércio local, alguns com mais de 50 anos de existência, lutam para sobreviver à crise em que o país está atolado, mas também ao abandono da orla. Idalina Vieira Matos, que é uma das sócias do principal restaurante de Meaípe, o Gaeta, fundado em 1966, reclama da inoperância do poder público.

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A orla aos poucos vai cedendo ao avanço do mar. As administrações municipais há muito abandonaram o local. Foto: João Thomazelli/folhaonline.es

“Eu mesmo evito de passar por dentro de Meaípe por causa do calçamento das ruas. É melhor dar a volta pelo morro. A orla está abandonada há tempos e quem sofre somos nós que temos comercio aqui. Nós precisamos que olhem com carinho para este lugar, que é tão bonito e importante para o turismo da cidade. Não falo de asfalto, porque não ficaria bom, mas pelo menos um calçamento decente”, explica a empresária.

O garçom Serlei Vieira dos Santos, conhecido na região como Russo, resume o sentimento de quem espera que as coisas mudem.

“Meaípe, pela importância que tem na gastronomia do Estado, deveria ser tratada com mais respeito. O turista vem aqui e se depara com esta situação e acaba indo para Peracanga e Bacutia, porque lá eles encontram pelo menos uma rua transitável. Uma covardia é o que estão fazendo com Meaípe”.

Nada de providências por enquanto

Desde a semana passada a reportagem vem tentando uma resposta satisfatória junto à prefeitura de Guarapari para a situação da orla de Meaípe. A reportagem do folhaonline.es fez três contatos com a administração, mas nas três oportunidades não recebemos uma resposta sobre o que vai ser feito de emergencial para lidar com a parte do muro de arrimo que caiu na última ressaca do mar e muito menos sobre o calçamento.

Recebemos apenas a resposta que se segue, nas três oportunidades:

“A Secretaria Municipal de Projeto e Empreendedorismo (SEMPROEM), esclarece que há um projeto pronto de Reurbanização da Orla que está na Superintendência de Patrimônio da União (SPU) faltando pequenos detalhes para liberação total e posterior realização. Os recursos para execução estão firmados em parceria com a Samarco, por meio de contrapartida. Por conta dos incidentes em Mariana, houve um atraso,mas a contrapartida segue mantida.

A Secretaria informa ainda que a Samarco ficou responsável pela realização de estudos para recuperação da faixa de areia, que também será realizada através de contrapartida da Empresa. Para detalhes sobre este estudo é preciso que entre em contato com a Samarco.  

De forma emergencial, a Secretaria Municipal de Obras realiza um projeto e deverá abrir processo licitatório para execução de obras de contenção”.

É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do FolhaOnline.es.

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