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Aids: cresce o número de jovens e homens com o vírus

Por Livia Rangel

Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 00:00

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“Eu peguei Aids, agora vou passar pra todo mundo”. Infelizmente, esse pensamento de revolta ainda é presente entre os portadores de AIDS em Guarapari. Quem confirma essa situação é a coordenadora do programa DST/HIV AIDS e Hepatite Virais, Micheline Scofield. “É um trabalho difícil, porque a gente está ali do lado quando recebem o exame e se deparam com o resultado positivo. A gente dá o primeiro conforto. Muitas vezes, nós também ajudamos a contar para os familiares e até mesmo aos parceiros”, conta.

De acordo com ela, 50 novos casos da doença foram registrados neste ano no município. Em 2013, foram 42 e em 2012, 30. Hoje, são 244 pessoas estão em tratamento com HIV em Guarapari. A maioria é homem e com idade entre 15 e 40 anos. Isso significa que mesmo diante do acesso à informação e dos preservativos, feminino e masculino, distribuídos gratuitamente em todas as unidades de saúde, o aumento dos casos ainda é realidade.

“O problema que vemos ainda é a falta do uso do preservativo ou até mesmo o uso incorreto da camisinha, porque o principal fator de transmissão hoje é a relação sexual. Em segundo está o uso de drogas, quando compartilham seringas”, explica a coordenadora. A subgerente de programas da saúde, Luana Bissoli, completa: “é importante frisar que o uso da camisinha é fundamental em todos os tipos de relação sexual, e não apenas no tradicional. Na hora do sexo oral e anal, também tem que usar o preservativo”.

É um cuidado que pode mudar a sua vida para sempre. Depois do exame positivo, o tratamento para controlar a doença é constante. Hoje, são distribuídos 26 tipos de remédios gratuitamente de antiretroviral pelo Sistema Único de Saúde (SUS). São feitas combinações de dois a três remédios, que devem ser tomados de 12h em 12h. Além dos antibióticos para evitar infecções oportunistas. Neste caso, são liberados nove tipos de remédios. Também é feita uma associação de dois a três remédios, ministrados duas vezes por dia. Logo, o portador do vírus toma em média 10 remédios por dia.

A procura por teste do HIV também tem aumentando nos últimos anos. Só neste ano, até outubro, foram realizados 2.517 exames no município. “O teste pode ser feito em qualquer unidade de saúde. É feito na hora, o resultado sai em menos de 15 minutos. Somente para menor de idade que é exigida a presença de um responsável”, destaca Luana.

Micheline ressalta que muitas mulheres só descobrem que têm a doença durante os exames do pré-natal. “Aí começa a batalha para não transmitir o vírus para o bebê. Os cuidados durante a gestação redobram. Em Guarapari, tivemos oito gestantes portadoras do HIV neste ano. Seis já tiveram os filhos, que não contraíram a doença”. 

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