Alunos se manifestam mas retorno da obra continua sem data

O volta às aulas começou de uma forma diferente para os alunos da EEEM. Dr. Silva Mello. É que um ato na Praça do Itapemirim reuniu alunos insatisfeitos com a demora na conclusão das obras da nova sede da escola, na manhã desta terça-feira (28). Desde 2009, no penúltimo ano do segundo mandato do governo Paulo Hartung (PMDB), os alunos da escola estadual foram obrigados a deixar o prédio para a sede passar por reforma, ou melhor, ser reconstruída.  No ano seguinte, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) locou um prédio no Centro do município, na Rua Horácio Santana, onde funcionava o Colégio Americano, e transferiu os alunos para o novo endereço.

Cerca de 300 estudantes, que estavam presentes no manifesto, pediam além do término das obras, melhorias na sede “provisória” onde os alunos estão alocados, e que segundo eles, está em situação precária. A presidente do Grêmio Estudantil Helenira Rezende, Alessandra Abib, 17 anos, diz que a estrutura do prédio alugado põe em risco alunos, professores e funcionários. Ela conta que há pedaços de paredes se soltando pelas salas e corredores da escola. As placas de borracha do piso também estão soltas. “Tá muito complicado a gente continuar aqui. O sol bate em todas as salas, e o que sabemos é que a escola não pode realizar reformas porque o Governo do Estado dá pouco dinheiro e, além disso, o prédio é alugado. Nós queremos a sede nova, o que é nosso por direito”, disse a estudante.

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Já o estudante Alef Santos, que também estava no movimento, informou que entre as reivindicações dos estudantes está o término das obras. “Nós já estamos cansados de tudo isso. É só promessa e ninguém cumpre. A verba já foi destinada para isso, porque ainda não terminaram a obra? Esperamos que a Sedu veja o nosso sofrimento e a nossa luta por uma escola de qualidade e que agora tenhamos um resultado positivo”, disse.

Após a manifestação, os alunos seguiram para a sede provisória da escola, onde fizeram um ato simbólico e o encerramento onde tiveram mais uma surpresa: eles receberam falta na chamada. “Sentimos falta do apoio dos nossos professores. Uma professora foi até proibida de ir em uma padaria buscar o lanche do alunos. Estamos sem apoio, em um prédio caindo aos pedaços e sem escola. Estamos sendo boicotados”, completou a aluna, Carol Aragão.

Enquanto isso, os alunos já estão mobilizando uma nova manifestação em busca dos seus direitos. Representantes de cada grupo se reuniram no final da manhã para decidir os próximos passos do movimento. Está marcada uma assembleia para passar os comandos das manifestações. A reunião ainda não tem data definida.

O outro lado

Em nota, o Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes) informou que as obras na Escola Estadual Dr. Silva Melo foram iniciadas em 2012.   No entanto, os serviços foram interrompidos no ano passado, pois a empresa contratada apresentou problemas financeiros e não conseguiu cumprir os prazos contratuais. O processo de rescisão já foi concluído e o Iopes já iniciou os trâmites para contratar nova empresa que vai concluir a obra. A expectativa é realizar a licitação ainda este ano . Até o momento, aproximadamente 60% dos trabalhos foram concluídos, onde foram investidos R$ 5 milhões. Contudo, somente após o fim do processo licitatório, que vai determinar a contratação da nova empresa,  será possível estipular um novo prazo.

A Secretaria de Educação também encaminhou nota dizendo que desde o início das obras, os alunos estão estudando em um imóvel alugado, prédio onde anteriormente já funcionou uma escola particular. O prédio passou por reparos para corrigir itens vandalizados, principalmente banheiros, que foram finalizados em dezembro de 2014.

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