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Brasil perde selo de bom pagador mais um vez
Por Gabriely Santana
Publicado em 17 de dezembro de 2015 às 17:23
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A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota do Brasil. Com essa redução, o país perdeu o selo de bom pagador – o chamado grau de investimento. A Fitch foi a segunda das grandes agências a retirar esse título do Brasil.
A Fitch já tinha rebaixado a nota do Brasil em outubro. Não demorou pra rebaixar de novo. Só que, agora, o rótulo do país – que era de grau de investimento – passou para grau especulativo. A nota que era BBB menos caiu pra BB mais. Ou seja, para a Fitch, investir no Brasil agora é arriscado.
Uma das explicações da agência é: a recessão na economia brasileira está mais profunda do que se previa. “taxas de desemprego mais altas, aperto no crédito, confiança em baixa e inflação alta estão pesando no consumo. Incertezas políticas, mal-estar no setor de construção civil e corrupção na Petrobras atingiram o investimento. O ambiente externo continua difícil para o Brasil com a queda nos preços de commodities, a desaceleração da China e as condições financeiras internacionais mais apertadas”, diz o documento.
A Fitch também diz que a situação política do país dificulta a solução dos problemas econômicos.
“As repetidas mudanças nos objetivos fiscais minaram a credibilidade da política fiscal. A maior incerteza política nas últimas semanas provoca ainda mais dúvida sobre a habilidade do governo de conseguir aprovação no legislativo para economizar os recursos necessários em 2016”, diz o documento.
Shelly Shetty, diretora da Fitch, disse ao Jornal Nacional que a análise do pedido de abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff é mais um fator de incerteza, num ambiente político difícil, de baixa popularidade da presidente e com relações desgastadas entre o governo e o Congresso.
A Fitch indicou ainda que pode rebaixar de novo a nota do Brasil. Ela foi a segunda grande agência a considerar que o Brasil não é mais seguro pra investir. A primeira foi a Standard And Poors, em setembro.
São três as principais agências de classificação de risco. Alguns grandes investidores internacionais, como fundos de pensão, têm normas internas de só colocar dinheiro em ativos que tenham grau de investimento de pelo menos duas dessas agências. E agora, só uma, a Moody’s, ainda considera o Brasil bom pagador. E mesmo ela já indicou, semana passada, que pode rebaixar, também. Quer dizer, o país corre o risco de perder o grau de investimento das três agências.
E essa não foi a única notícia negativa pro Brasil nesta quarta-feira (16). À tarde, o Federal Reserve – o Banco Central dos Estados Unidos – anunciou um aumento na taxa de juros americana. Essa taxa estava entre 0 e 0,25% ao ano. Agora, fica entre 0,25% e 0,50%.
O professor da universidade de Nova York, Paul Wachtel, diz que subir os juros agora é um reconhecimento oficial de que a economia americana está voltando ao normal.
A notícia é negativa para o Brasil porque torna o mercado americano mais atraente aos investidores, que podem decidir colocar menos dinheiro na economia de países emergentes, como o nosso.
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