Anúncio
Coluna Palavra de Fé: Quanto custa a felicidade?
Por Raphael Abdalla
Publicado em 16 de novembro de 2025 às 12:00
Atualizado em 16 de novembro de 2025 às 12:00
Anúncio

Em um mundo onde quase tudo tem preço, a felicidade continua sendo um dos poucos bens verdadeiramente incaláveis. Ainda assim, vivemos como se ela estivesse à venda, escondida atrás de novas aquisições, conquistas pessoais, viagens, promoções, metas cumpridas e expectativas satisfeitas. Corremos, acumulamos, comparamos e nos cansamos. E, no fim, percebemos o óbvio: nada disso garante paz ao coração. A pergunta permanece ecoando: quanto custa a felicidade?
A verdadeira felicidade não nasce das circunstâncias externas, mas de realidades internas. Ela brota da comunhão com Deus, da quietude da alma, da consciência tranquila, do amor vivido no cotidiano. Quem tenta comprá-la percebe cedo que o carrinho de compras do mundo é um poço sem fundo e que sempre há algo novo que “falta”. A promessa da felicidade baseada em posses é uma ilusão. A alegria profunda não está no que possuímos, mas em quem nos acompanha, não no que acumulamos, mas na graça que recebemos.
A felicidade também exige escolhas. Não custa dinheiro, mas custa decisões que moldam o caráter e o ritmo da vida. Exige renunciar ao excesso, à pressa que atropela, às comparações que adoecem, às conversas que esvaziam a alma. Exige priorizar pessoas em vez de coisas, presença em vez de correria, propósito em vez de performance. Muitas vezes, o preço da felicidade é simplesmente desacelerar para perceber a vida enquanto ela acontece: uma mesa cheia, uma noite em paz, um abraço sincero, uma oração silenciosa, o riso de uma criança, a fé renovada em meio às lutas. Ela custa atenção, e talvez seja exatamente por isso que tantos a julgam inacessível.
A gratidão desempenha um papel essencial nesse caminho. Ela funciona como uma lente que ajusta a visão. Não muda as circunstâncias, mas transforma o coração. Quem é grato consegue enxergar beleza no simples, milagre no cotidiano e abundância naquilo que o mundo chama de pouco. A felicidade não chega para quem tem tudo, mas para quem reconhece que tudo é graça.
Além disso, a felicidade é profundamente relacional. Não se encontra no isolamento, por mais confortável que ele pareça por um instante. Ela floresce nos vínculos: família, amigos, fé comunitária, encontros verdadeiros, conversas que aquecem, memórias que permanecem. A solidão protege temporariamente, mas é no abraço, no cuidado mútuo e no pertencimento que a alma realmente descansa. Jesus nos lembra que há mais alegria em dar do que em receber, mostrando que a felicidade não é uma jornada solitária.
No fim, quanto custa a felicidade? Custa menos do que imaginamos e mais do que admitimos. Não custa dinheiro, mas custa escolhas. Não custa bens, mas custa valores. Não custa esforço físico, mas custa prioridade. Não custa perfeição, mas custa entrega. A felicidade não está à venda; ela é construída diariamente por meio de pequenas atitudes, silenciosas renúncias e profundas convicções. É simples, e justamente por isso é tão preciosa.
Raphael Abdalla é pastor titular da Primeira Igreja Batista em Guarapari e presidente da Convenção Batista do Espírito Santo. Possui formação em Direito, Teologia e MBA em Liderança. Idealizador do projeto Redes de Voluntários. Casado com Ana Paula Abdalla.
Mais de Raphael Abdalla
As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es
Anúncio
Anúncio
Veja também
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio