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Governo anuncia acordo com caminhoneiros para suspender paralisação por 15 dias; A Associação Brasileira dos Caminhoneiros recusou a proposta
Por Redacão Folha Vitória
Publicado em 24 de maio de 2018 às 23:15
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O acordo entre caminhoneiros e governo envolveu somente o diesel, portanto não deve haver redução no preço da gasolina.
Após negociação do Governo e representantes de caminhoneiros, as partes chegaram a um acordo e a paralisação será suspensa por 15 dias. Para que os trabalhadores voltassem para a estrada, a Petrobras deve manter a redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 30 dias enquanto o governo costura formas de reduzir os preços. A empresa mantém o compromisso de custear esse desconto, estimado em R$ 350 milhões, nos primeiros 15 dias. Os próximos 15 dias serão patrocinados pela União.
O governo também prometeu uma previsibilidade mensal nos preços do diesel até o final do ano sem mexer na política de preços da Petrobras e irá subsidiar a diferença do preço em relação aos valores estipulados pela estatal a cada mês. “Nos momentos em que o preço do diesel na refinaria cair e ficar abaixo do fixado, a Petrobras passa a ter um crédito que vai reduzindo o custo do Tesouro”, disse o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
O acordo entre caminhoneiros e governo envolveu somente o diesel, portanto não deve haver redução no preço da gasolina. Uma possível alteração nos preços nos próximos dias deve acontecer em razão da volta do combustível aos postos.
Um outro compromisso do governo no acordo é zerar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para o diesel até o fim do ano. Uma negociação com os estados buscará o fim da cobrança de pedágio para caminhões que trafegam vazios, com eixo suspenso.
“Chegou a hora de olhar para as pessoas que estão sem alimentos ou medicamentos. O Brasil é um país rodoviário. A família brasileira depende do transporte rodoviário. Celebramos esse acordo, correspondendo a essas solicitações, dizendo humildemente aos caminhoneiros que precisamos de vocês”, disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Sem unanimidade
A decisão de suspender a paralisação, porém, não é unânime. Das onze entidades do setor de transporte, em sua maioria caminhoneiros, que participaram do encontro, uma delas, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que representa 700 mil caminhoneiros, recusou a proposta. O presidente da associação, José Fonseca Lopes, deixou a reunião no meio da tarde e disse que continuará parado. “Todo mundo acatou a posição que pediram, mas eu não. […] vim resolver o problema do PIS, do Cofins e da Cide, que tá embutido no preço do combustível”, disse Lopes.
Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Valter Casimiro (Transportes), além do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, se sentaram à mesa com representantes dos caminhoneiros decididos a ter um respiro na paralisação, que afeta distribuição de produtos em todo o país. Os ministros entendem que o governo e a Petrobras têm mostrado iniciativa suficiente.
Os representantes dos caminhoneiros pedem o fim da carga tributária sobre o óleo diesel. Eles contam com a aprovação, no Senado, da isenção da cobrança do PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre o diesel até o fim do ano. A matéria foi aprovada ontem pela Câmara e segue agora para o Senado. Caso seja aprovava, a isenção desses impostos precisará ser sancionada pelo presidente da República.
- Com informações da Agência Brasil
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