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Há 46 anos, revista nacional exaltava as riquezas de Guarapari

Por Livia Rangel

Publicado em 17 de setembro de 2015 às 14:29

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Capa da edição que traz reportagem sobre Guarapari em 1969.

Observações sobre o crescimento da cidade, elogios às belezas das nossas praias, dicas de preços de hotéis e restaurantes e claro, menção às propriedades terapêuticas das areias monazíticas. Tudo isso está na reportagem “Guarapari: as praias mais radiativas”, publicada na edição de 1º de maio de 1969 da extinta Revista O Cruzeiro, uma das mais lidas do país na época.

O Jornal Folha da Cidade teve acesso a um exemplar da publicação e, como homenagem pelos 124 anos de emancipação política de Guarapari, reproduz abaixo as páginas preenchidas com texto e fotos de José Lago.

No final do texto, apresentamos também a comparação de uma foto antiga e atual de uma paisagem bem conhecida da cidade: a vista da Praia da Areia Preta a partir do Guarapari Center.  As conclusões sobre o que mudou e o que continua o mesmo, deixamos para vocês. Aproveitem o passeio por este túnel do tempo!

(Clique nas imagens abaixo para ampliar)

Guarapari: as praias mais radiativas

As areias monazíticas radiativas de Guarapari têm feito milagres na cura de reumatismos e doenças de pele e a tranquilidade das praias realmente contribui na recuperação de quem procura um bom lugar para férias. O balneário está a menos de meia hora de Vitória, por estrada asfaltada de qualidade razoável. Os hotéis oferecem aposentos com refeições a preços acessíveis

Para atender o número cada vez maior de turistas e veranistas que procuram Guarapari, todos querendo ficar o mais próximo possível das praias de areias radiativas, começaram a surgir, sem planejamento algum, os arranha-céus da cidade. O saldo desse crescimento desordenado, hoje, é um trânsito irremediavelmente engarrafado por ruas estreitas que se esgueiram entre as construções, sem nenhum alinhamento, deixando poucas perspectivas de solução. Mas a maioria dos que vão a Guarapari busca o sossego dos hotéis e os efeitos medicinais da areia monazítica não se sente afetada pelas dificuldades eventuais de circulação. A cidade é limpa e a gente local agradável, o que influencia muito o visitante e contribui para que ele volte nas férias seguintes.

Se o seu caso é encontrar um lugar sossegado para fazer higiene mental, Guarapari é uma excelente pedida. Os hotéis locais estão equipados para serviço completo e as diárias quase sempre com refeições incluídas, variam de NCr$ 20,00 aos NCr$ 50,00 para um casal. Os restaurantes locais, sem nenhum luxo, mas muito limpos e acolhedores, servem pratos triviais à base de NCr$ 5,00 a NCr$ 8,00.

Os veranistas de Guarapari vêm normalmente de Vitória, mas não é pequeno o número de famílias do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Juiz de Fora e de toda a região da Mata. Há quem cubra perto de 700 quilômetros de estradas, nem sempre asfaltadas, para gozar vinte dias de sossego e radiatividade nas praias de areias douradas e negras. Fora da cidade, um pouco mais para o norte, as praias de Setiba e do Morro, com loteamentos arruados e bom índice de construção oferecem isolamento e beleza paisagística. Quase todas dispostas em enseadas, protegidas por uma série de rochedos, têm mar mais ou menos manso e declive pouco acentuado, facilitando o banho de mar aos que não sabem nadar ou nadam mal.

Para os mais jovens, há bons clubes, boates e bares que fazem programas noturnos, alguns até shows de música jovem e decoração hippie na base de iluminação negra (ultravioleta). A costa tem, também pesqueiros elogiados para os amadores do caniço ou para a caça submarina (as águas são claras e têm temperatura favorável). A poucos quilômetros do litoral, uma ponta da Serra do Mar convida a caminhadas e escaladas, com alguns picos bastante atraentes.

Na hora das refeições, você poderá ouvir as histórias dos que encontraram a cura

O caminho para Guarapari começa em Vitória e o acesso à cidade está na estrada que liga a capital capixaba ao Rio de Janeiro e Niterói. A estrada é toda pavimentada em asfalto e só se anda em terra quando o destino é Setiba ou Praia do Morro. Na cidade é que pavimentação mesmo só em algumas ruas e na praça principal, mas como pouca gente pensa em andar de carro (um turista disse que fica os vinte dias de férias sem ligar uma só vez o motor de seu Ford 51) não há grandes problemas nem quando chove. Indo do Rio, Niterói ou São Paulo, não há necessidade de chegar até Vitória e a entrada é bem sinalizada, não havendo perigo de erro: um trevo em nível e vários painéis anunciando hotéis e clubes de praia.

Lá, provavelmente, você vai ouvir dezenas de histórias de curas milagrosas. É possível que seu vizinho de apartamento seja um dos que ficou bom de reumatismo ou de ulcerações da pele simplesmente tomando banho de mar ou se envolvendo com lama e areia radiativa. Outros contam casos de pessoas que chegaram a Guarapari em cadeiras de rodas ou usando muletas e voltaram andando. Até onde a radiatividade das areias monazíticas é responsável por essas curas é assunto que os médicos podem esclarecer melhor, e muitos dizem que ela é prejudicial a determinados pacientes. 

Fonte: Revista O Cruzeiro, 1º de maio de 1969. Texto e fotos de José Lago.

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Antes, em 1969.

 

 

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Hoje, em 2015.

 

É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do FolhaOnline.es.

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