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Linguinha, o mais querido

Por Livia Rangel

Publicado em 18 de setembro de 2015 às 16:02

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IMG_3969-1Ele é uma das figuras mais famosas da cidade. Não é rico, nem galã, mas é impossível não reagir ao sorriso que está sempre no seu rosto. Izaías Ramos dos Santos Bertulani, 52 anos, é o seu nome de batismo. Linguinha é o seu nome artístico. Artístico porque ele é cantor, compositor e ator, já protagonizando dois filmes com o seu apelido no título: Linguinha, The Killer 1 e 2.

Zoeiras à parte – que ele revela gostar “Ajuda a vender mais picolés” –, Linguinha gosta mesmo é de trabalhar e não se deixa desanimar pelas dificuldades. Tanto que atualmente mantém uma pequena vendinha ao lado de casa, no bairro Coroado. Meio bagunçada, ela tem “de tudo”, como informa uma das placas. Na outra, contato para shows do “Linguinha Acústico” e um singelo convite: “Volte sempre”.

Ao entrar na redação da Revista Sou e Jornal Folha da Cidade para um bate-papo sobre a sua vida, ele ficou encantado com uma foto panorâmica do Canal de Guarapari. “É Guarapari não é? Que bonita, linda mesmo… Aqui dá para ver a feira, o Toquinho, o Centro… cadê o posto Dino?”, questiona passeando com os olhos pela imagem que mede 1m x 3m. Porém, ele não esconde uma visão crítica sobre a cidade. Sim, Linguinha tem algo a dizer e quer ser ouvido. Por isso, deixamos com ele a palavra.

Revista Sou: Você é nascido em Guarapari? Onde você mora?
Linguinha: Nasci em Guarapari. Gosto muito da cidade. Ela não é bonita (aponta para a fotografia). Moro no Coroado. Sempre morei lá.

Como surgiu seu apelido?
Ah… isso é porque quando eu era criança, gostava muito de mostrar a língua para os outros. Aí ficou. Quase ninguém sabe o meu nome, mas eu acostumei.

Como é sua família?
Eu tenho três irmãos. Moro com dois deles e a minha mãe, Izaltina, que tem 86 anos. A minha irmã mora em Condados agora. Ela tem três filhos. Meu pai morreu quando eu era muito novo quase não lembro dele.

Você é pai?
Sim, tenho um filho, Magno, de 26 anos. Ele já é casado e me deu uma netinha. Antes ele morava com a mãe, mas sempre perto de mim.

E ele fala para os outros que é filho do Linguinha?
Sim! Ele gosta (risos). Não tem vergonha de mim não.

Quando você começou a cantar? Quais são as suas composições?
Eu comecei com uns 12 anos. Gosto muito de música, principalmente do Roberto Carlos. A minha primeira (composição) foi “Meu pequeno Coroado”, depois fiz “Meu pai me abandonou” e a da Peroá, que é as que as pessoas mais lembram e pedem para eu cantar. Já fiz muitas e a última foi “O cara que vende picolé” (versão de “Esse cara sou eu”)

O que você faz para viver?
No verão eu vendo picolé e faço algumas apresentações. É o carrinho de picolé na frente e o violão nas costas. Agora eu tenho também uma venda do lado da minha casa. Lá eu vendo fruta, legume, refrigerante, artigos de bazar, também os DVDs dos meus filmes. Mas o movimento está fraco. É, a crise me pegou também (ri mais uma vez).

Sua família passa por dificuldade?
Antes eu e meus irmãos recebíamos um dinheiro do governo, mas um fiscal apareceu e disse que a gente não tinha mais direito. Minha mãe recebe pensão, mas quase não dá para pagar água e luz. A gente se vira. Um irmão meu vende reciclável e outro é pintor.

Você anda muito por Guarapari e é bem conhecido por todos. Mas alguma vez, alguém já te ofendeu?
Não… Todo mundo é amigo. Ninguém nunca quis me xingar ou me bater. Sou da paz. Eu só bato nos outros quando estou fazendo filme.

Você acha que as pessoas precisam te levar mais a sério?
Sim, as pessoas acham que eu só faço brincadeira, mas eu acho que tem muita coisa errada em Guarapari. Sou candidato a presidente da Associação de Moradores do Coroado e se eu ganhar, as pessoas do bairro vão ter que me ouvir. Guarapari está muito violenta, tem um monte de obra parada. As ruas precisam ficar mais limpas. Também tem que ajudar as associações igual a Apae, a Pestalozzi…

Se pudesse, mudaria alguma coisa na sua vida?
Não, não mudaria nada. Eu sou feliz do meu jeito. Tem muitas pessoas que me ajudam e eu agradeço muito. E a minha mãe, queria só uma vida melhor para ela. Ela tem problema de pressão. Sempre me ajudou, fala para a gente trabalhar, ser honesto. Sou muito agradecido a ela.

Por Gabriely Sant’Ana, originalmente publicada na edição 12 da Revista Sou.

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