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O escritório dele é a praia

Por Livia Rangel

Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 11:23

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Omar quiosque (2)O escritório dele é na praia há 24 anos. Diariamente, Omar José Riani, faz o “sacrifício” de conviver com o barulho das ondas e a brisa do mar enquanto atende seus clientes no quiosque número 1 da orla da Praia do Morro.

“Aqui, recebemos gente de todo o tipo e origem. Além dos mineiros, cariocas e paulistas, os mais frequentes, já atendi diversos turistas de outros países, com destaque para os argentinos e uruguaios.

Ano passado, também foram muitos cubanos, que estavam fazendo treinamento para o programa do governo. Não tem como ficar entediado e são muitos os amigos que a gente faz nessa rotina”.

Aposentado pela Escelsa, foi em junho de 1991 que Omar decidiu investir o dinheiro que tinha guardado na compra de um quiosque. “Nunca tinha pensado em trabalhar com isso, mas a proposta era muito boa e resolvi arriscar. E por incrível que pareça, seis meses depois já tinha 100% de retorno do que tinha investido. As vendas de janeiro e fevereiro de 1992 então foram só lucro para mim. Minha estreia não poderia ter sido melhor”, lembra.

Para o quiosqueiro, o verão de 1992 foi mesmo o melhor de todos que ele já viveu. “Não apenas pelas vendas que superaram expectativas, mas pelo clima, pela movimentação. Era uma época mais simples, nós comerciantes tínhamos uma rotina puxada, porém tínhamos mais liberdade. Por exemplo, sinto muito em não poder oferecer uma música ao vivo pros meus clientes, servir um arroz para acompanhar as porções… Isso tudo ajudava muito no aumento da permanência do consumidor no quiosque e está proibido para a gente”.

Ele, porém, elogia o novo visual da Praia do Morro. “O calçadão ficou muito bonito, mas o poder público poderia enxergar além das aparências e atender às necessidades da gente que trabalha diariamente na orla”, afirma.

Omar não se deixa vencer pelas lamentações e dificuldades. Este verão, por exemplo, está sendo marcado pela volta da peroá, peixe querido não só dos guaraparienses, mas também dos turistas mineiros, fato comemorado pelo comerciante.

“Visitar Guarapari e não apreciar uma peroá frita na beira da praia é como ir ao Rio e não ver o Cristo. Claro que quando estávamos sem o peixe, a gente oferecia alternativas, como o camarão ou isca de peixe, mas o turista não esquecia. Agora, pudemos voltar à rotina. Por semana, compro em média 100 kg de peroá e sempre sai tudo”.

E se acontecer algum problema, Omar tem o seu remédio a poucos metros de distância. “Olha esse mar bonito aí em frente (aponta para a praia). Não existe terapia melhor. Se a gente acorda desanimado, estressado é só chegar aqui e tudo desaparece. Por isso, não troco essa vida por nada”.

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