Ônibus devem parar um dia antes do Natal

Em plena véspera de natal, cidade já movimentada, turistas chegando, e o anúncio da greve dos ônibus já causa polêmica. De um lado, os profissionais que reivindicam reajuste salarial. Do outro, os passageiros que precisam do transporte para realizar suas atividades rotineiras, como ir trabalhar.

Já foram realizadas duas reuniões entre os representantes do sindicato dos trabalhadores rodoviários e do sindicato patronal. Mas até agora não chegaram a um consenso. Motoristas e cobradores querem 8% de reajuste, enquanto as empresas ofereceram 6,5%. Já no ticket- alimentação, eles querem R$ 2 a mais por dia, mas a contraproposta foi acréscimo de R$ 1.

“A empresa está alegando que não tem verba para arcar com o reajuste que estamos pedindo. Queremos a mesma porcentagem dada à categoria da Grande Vitória. Guarapari faz parte da Grande Vitória. Então, temos os mesmos direitos”, destaca o diretor do Sintrovig, Wanderley Oliveira.

Hoje, o salário dos motoristas é de R$ 1.675 e dos cobradores, R$ 871. Com o reajuste de 8%, o subsídio passaria para R$ 1.808 e R$ 940, respectivamente. Também recebem ticket no valor de R$ 526,50. Com o aumento reivindicado, ficaria em R$ 576.

A próxima reunião está marcada para amanhã, às 10h, na sede do Sindicato Patronal, em Vitória. Se não houver acordo, os ônibus vão paralisar a partir de terça-feira, dia 23, um dia antes do Natal. E sem previsão de quanto tempo pode durar a greve.

“Vamos cumprir a lei e manter 30% dos serviços em funcionamento. Mas também estamos dentro da lei ao reivindicar os nossos direitos. O tempo da greve vai depender das negociações”, ressalta Wanderlei. Apesar de entender o lado dos motoristas e passageiros, a vendedora Juliene dos Santos.

“Como sempre, o povo que paga. Eu moro em Santa Mônica e trabalho no Centro. Como vou fazer para ir trabalhar, ainda mais nessa época do ano quando as lojas estão cheias. Não posso faltar, fico com medo de perder o emprego e tenho dois filhos para criar”, disse.