Anúncio
Sexta-feira da Paixão: dia de Cura de Cobra
Por Livia Rangel
Publicado em 2 de abril de 2015 às 14:19
Atualizado em 6 de abril de 2015 às 12:55
Anúncio
Logo de manhã cedo, as casas de quem produz as bebidas – os chamados mestres – estão abertas para os interessados em receber os benefícios da preparação. É preciso estar em jejum. Depois, são oferecidas duas tortas capixabas, uma de palmito doce e outra de palmito amargo como primeira refeição do dia.
Segundo o historiador e morador da comunidade, José Amaral Filho, acredita-se que a Cura de Cobra tem o poder de retardar o efeito do veneno em caso de picada de cobra, o que era bastante comum na região, cheia de mata, água e pedras: o habitat perfeito para jararacas e surucucus, por exemplo. Assim, haveria tempo hábil para a pessoa ser socorrida e tomar o soro antiofídico.
Segundo algumas superstições teria também o poder de fechar o corpo. A origem da bebida está ligada a miscigenação das culturas indígena, negra e europeia. E segundo quem produz a bebida o melhor dia para toma-la é na sexta-feira da paixão, devido aos jejuns de purificação realizados na Quaresma.
Quem se interessou pela tradição e quer experimentar, é só ir ao distrito de Rio Calçado, que fica 5 km depois de Buenos Aires. Uma das casas que irá oferecer a bebida é a do próprio José Amaral. Será no Sítio Santa Bárbara, até às 9 horas da manhã.
Mais sobre a tradição:
É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do FolhaOnline.es.
Tags: