Anúncio
Artigo: há cinquenta anos gramado começava a despertar para turismo profissional
Por Antônio Ribeiro
Publicado em 26 de setembro de 2021 às 09:00
Atualizado em 27 de setembro de 2021 às 15:03
Anúncio
Tive o privilégio de conhecer o segundo destino mais visitado do Brasil (o primeiro é Foz do Iguaçu), quando ainda se ia em trem maria fumaça desde Porto Alegre. Para subir a serra, dois quilômetros antes de chegar, a locomotiva trocava a ponta, em Várzea Grande, onde meu avô tinha casa.
Neste lugarejo passamos algumas férias. Nos domingos, meu pai ia a missa neste trem e voltava a pé para o almoço. Em frente a igreja, havia o café Cacique do seu Broilo, que hoje fabrica motor homes na mesma Várzea Grande, com a famosa marca Santo Inácio e trailers Turiscar.
Nestes cinquenta anos, passei pelo menos trinta natais em Gramado e acompanhei bem o progresso da cidade. Tudo começou com um festival de coros numa ilha do lago no Hotel das Hortências, do criador do igualmente famoso Lago Negro, com seus pedalinhos.
Ao final das apresentações o povo saia em procissão pela avenida principal, passando pela rodoviária e indo até o centro da cidade, com velas acesas e cantando famosas cantigas natalinas. Com o tempo mais coros passaram a vir de ônibus só para se apresentar e voltar.
O que era só na noite de Natal, passou a durar uma semana até o Ano Novo e hoje o famoso Natal Luz começa em outubro e vai até janeiro, com encenações e shows quase todas as noites, que reúne milhares pelas avenidas e numa rua especialmente coberta para tal.
Eram poucos os hotéis e restaurantes e das duas atrações, uma não se vê mais, a delicada cascata dos Narcisos. A outra, no meio caminho dos 7 km para Canela, ganhou um mirante, depois um teleférico e hoje conta com uma plataforma de primeiro mundo.
Tenho na memória o Nono Mio, um restaurante típico de frango com polenta, que funcionava no porão de um casarão antigo, que foi um dos precursores deste modelo, onde se desfruta do galeto primo canto e outras delícias caseiras italianas.
Na praça junto a rodoviária, além de um museu e quiosques de artesãos, montaram fornos a lenha, onde as famílias vem fazer pão caseiro dos mais variados tipos e um sanduiche de linguiça que é uma verdadeira perdição à maioria.
Lembro também do primeiro self service de sorvetes, que originou o bufê de sorvetes, hoje mania nacional, bem como da Velha Bruxa, uma lanchonete, com tortas alemãs irresistíveis e um chocolate quente para enfrentar o frio.
Para embelezar a cidade na época do Natal, a prefeitura organizava um concurso entre os comerciantes locais, para escolher o pinheiro melhor enfeitado em frente a cada loja e a casa melhor decorada para o Natal, eram a atração.
A partir de então, começaram os empreendimentos turísticos com atrações imperdíveis: a fábrica de chocolate, o museu do automóvel, o café colonial, visitas a vinícolas, mina de pedras preciosas, esqui artificial, até voo de balão.
Do trenzinho simples, hoje existem jardineiras antigas até os modernos city tour em ônibus de dois andares, que interligam as principais atrações, algumas no interior do município, que ganhou força com o interesse no agroturismo.
Digo com segurança que a maioria das atrações de Gramado foram criadas por empreendedores, que decidiram investir no futuro da cidade e que hoje colhem os frutos. Este é o modelo que imagino para Guarapari.
Pense no que investir e acredite no futuro da Cidade Saúde!
Antônio Ribeiro é autor do Guia de Férias, Feriados e Feriadões, bem como de 46 outros livros já publicados.
Contato: [email protected]
Mais de Antônio Ribeiro
As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es
Anúncio
Anúncio
Veja também
Anúncio
Anúncio
Anúncio
Anúncio