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Cegos: Eles querem ter seus direitos atendidos
Por Livia Rangel
Publicado em 21 de outubro de 2014 às 00:00
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Você já parou para pensar no quanto é difícil ter acesso aos serviços públicos? Agora imagina para uma pessoa cega? As dificuldades são inúmeras e vão desde a mobilidade urbana até ações simples como ter acesso a um livro, ou fazer a leitura de um documento.
Em Guarapari, mais precisamente na escola Presidente Costa e Silva, na Praia do Morro, existe a sala de recursos, um apoio para muitos que estão nessa situação. Para ter acesso aos serviços oferecidos, a prioridade é para aqueles que estão estudando. Os alunos recebem orientações para realizar atividades como preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Exame para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), escrever livros ou mesmo aprender libras.
Porém, as vagas são limitadas e o espaço conta com apenas duas professoras. Além disso, apesar de possuir uma impressora que faz a impressão de documentos em Braille, o que tira a sobrecarga da única máquina manual disponível para os alunos produzirem materiais codificados, o equipamento ainda não está instalado.
“Nós estamos aguardando um técnico da prefeitura ou da empresa responsável pela venda da máquina, para configurá-la. O serviço ainda não foi realizado, pois já passou o prazo de garantia”, explica a professoras de Braille, Eugênia Gomes da Silva.
Pablo Rodrigues Nascimento, 34 anos, vítima de glaucoma congênito acredita que a assistência no município poderia ser melhor. “Eu costumo buscar serviços em Vila Velha e Vitória, onde possuem institutos destinados para os cegos com toda estrutura necessária”, explica.
O ideal, segundo ele, seria que a prefeitura fornecesse uma van para possibilitar que outros cegos tenham a mesma oportunidade que ele, ou disponibilizar espaço maior devidamente equipado.
“Querendo ou não os recursos na cidade são muito limitados. Mas para correr atrás dos nossos direitos eu e meu colega Marcos Aurélio, conhecido como Marquinhos, estamos fazendo todos os procedimentos necessários para a criação de uma associação para defender os direitos dos cegos em Guarapari. Já estamos na fase de finalização do estatuto. Só assim vamos poder exigir nossos direitos. Não adianta uma pessoa gritar, nós precisamos nos unir”, afirma Pablo.
Além do recurso de material, Pablo chama a atenção para a forma que as pessoas tratam os cegos. “Muitos não têm paciência conosco, nos tratam mal. Acredito que falta consideração. Depois que as pessoas nos veem como iguais a elas, ai sim seremos tratados como merecemos”, finaliza.
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