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Coluna Dom Antônio: Praia da Fonte e Valadão foi onde tudo começou e tem a areia preta também
Por Antônio Ribeiro
Publicado em 1 de setembro de 2024 às 09:00
Atualizado em 1 de setembro de 2024 às 09:00
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Sim, a Fonte dos Jesuítas e a Antiga Matriz são de 1.585 e deram início à cidade de Guarapari, por obra do Padre José de Anchieta, que por seu trabalho foi tornado santo.
Quando ele parou sua caravela na enseada da praia que hoje chamamos da Fonte, os índios que viviam no Morro do Atalaia, estavam prontos para matá-los e comê-los.
Com sua perspicácia de catequizador, ele viu que ali havia um ponto que brotava água. Durante a noite ele foi lá e construiu a fonte, tal qual existe até hoje.
Quando os índios chegaram pela manhã, ele pegou um caneco e bebeu daquela água na frente deles, que até então iam canal adentro, buscar água para beber.
Alguns índios mais empolgados o compararam a um Deus, que transformava água salgada do mar em água doce para beber, além de escrever poemas na areia.
Os mais antigos do Morro do Atalaia falam que eram sete fontes, como a que restou. Infelizmente não foram tombadas e sim destruídas. Um crime!
Historiadores de Guarapari dizem Poço dos Jesuítas, o que está errado. Poço é quando se cava até o lençol freático e com bomba ou corda, se tira a água.
Numa fonte a água brota por si, sem precisar escavar, como aqui. O formato característico da nossa fonte é padrão espanhol de construção no passado.
Outro diferencial da Praia da Fonte, que chamou a atenção dos jesuítas, foi a presença da areia preta, que depois veio a se saber, ser monazítica medicinal.
Por não ser de mar aberto, suas ondas são pequenas e rasas, fazendo a alegria das crianças e do pessoal da meia idade, tão presente na Cidade Saúde.
A falta de acesso bom e direto, faz com que ela tenha pouca frequência, mesmo nas férias e feriadões, sendo quase privativa dos moradores, embora aberta ao público.
Pela escada que leva poucos turistas e os peregrinos dos Passos de Anchieta à Fonte, tem um acesso pelas pedras à praia. Pena que não é prático e seguro.
Uma característica que faz dela uma praia diferente, é que o fundo das casas e que dão acesso à praia, têm todas uma escada que leva até a areia.
O outro acesso é pelo fim do calçadão que vem da Praia da Areia Preta, passando pela das Castanheiras, Namorados e Virtudes, terminando na do Valadão e da Fonte.
Todo este acesso tem as pedras características da região, que alguns usam para pescar com linha e outros para mergulhar no mar, onde havia um trampolim.
Nestas pedras, cedo pela manhã sempre estão os pegadores de sururu (mariscos), que os cozinham e abrem ali mesmo, numa prática pitoresca do local.
Também cedo, ao nascer do sol, dois irmãos saem em seu barco para pesca com rede, o que faziam seus pais, até os oitenta anos, quando um faleceu.
A Praia da Fonte tem tanta história, que deveria ser melhor preservada!
*Antônio Ribeiro é administrador pelo Mackenzie, especialista em Marketing pela PUC e MBA pela FGV, mestrado em Portugal e doutorado na Espanha. Autor de 47 livros e quase 300 colunas sobre Guarapari.
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As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es
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