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EDITORIAL 128 – Blindagem pelos números

Por Livia Rangel

Publicado em 9 de março de 2015 às 13:30

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Cumpridos os dois primeiros meses do novo governo Paulo Hartung, a ladainha do cofre vazio segue pautando o debate político no Estado. De um lado, a equipe do atual chefe do Executivo segue pregando o caos e culpando o antecessor. Do outro, a equipe do ex-governador Renato Casagrande continua firme, rebatendo os ataques.

O que podemos perceber é que essa guerra de números está preparando terreno para a nova blindagem do governo atual. Se em 2003 e 2007, as gestões de Hartung foram sustentadas por um bombardeio na Justiça de denúncias que seriam relacionadas ao crime organizado, mas que nunca saíram do campo da teoria, desta vez, é preciso criar outro alvo.

De tanto repetir que há desarranjo nas contas do Estado no governo de Renato Casagrande, a equipe de Hartung tenta convencer a sociedade de que o governo não tem como fazer nada porque encontrou uma nova terra arrasada. Mas não é bem assim.

Enquanto isso, uma série de práticas que eram comuns no governo Hartung está aos poucos retornando.

O Fundo Cidades – que garantia a autonomia na captação de recursos do Estado pelos prefeitos – definhou. Sem o repasse, os prefeitos terão que passar novamente o pires. E vão precisar da interlocução de um deputado estadual, negociando cada centavo com o governo do Estado. Com a corda no pescoço, os gestores municipais não têm muita saída.

A secretária de Fazenda também pinta um cenário de completo desequilíbrio, e a cada colocação recebe o rebatimento da equipe de Renato Casagrande e assim a batalha política entre as duas lideranças continua, sem data para terminar.

Enquanto isso, muitas questões do novo governo continuam sem resposta: duas secretarias (Turismo e Esporte) estão com titulares interinos. O que foi feito nessas áreas nos últimos meses? Por que tanta demora para indicar os nomes oficiais?

Até onde vai o ferimento causado pelos cortes no orçamento da estrutura do governo? Qual o prejuízo de um início de aulas sem pessoal em secretaria, bibliotecas e até na conservação das escolas? E as escolas que sequer conseguiram iniciar o ano letivo? Do que se trata, afinal, a Escola Viva?

O corte na Segurança atingiu apenas o combustível? Cortar o Fundo Cidades é uma questão de falta de recursos ou uma maneira de ter novamente os prefeitos sob a bota do Executivo? O que está acontecendo de fato na área da saúde? São questões que apenas números não conseguem responder.

Vale refletir sobre o papel do ex-governador. Até aqui ele vem cumprindo o prometido de defender seu legado. Mas isso não é suficiente. Renato Casagrande tem de colocar luz sobre as questões relativas à estrutura do governo do Estado. Se ele conhece bem a casa, tem de apontar os problemas nessa reforma.

Questão de memória. A redução da cota de combustível para viaturas, a dispensa de policiais aposentados e a redução do número de servidores lotados no Ciodes (190) foram medidas do governo do Estado que causaram espanto na maior parte da população. Mas a surpresa não é geral.

Capixabas com um pouco mais idade já viram o governador Paulo Hartung cortar verbas da Segurança Pública em seu primeiro mandato (2003-2006). Na época, a cota de combustível por viatura era de 12 litros por dia. Nada mais.

E a Segurança Pública não foi, exatamente, a área que notabilizou as administrações do peemedebista. Por outro lado, o ex-governador Renato Casagrande (PSB) conseguiu aumentar o efetivo e reduzir índices negativos, como a quantidade de homicídios. Vamos aguardar qual será o novo legado de PH nesta área, por mais que o atual secretário de Estado de Segurança, André Garcia, tente desconversar.

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