Guarapari brilha no Grande Prêmio Internacional de Dança com nove premiações e destaque nacional

Entre os dias 22 e 26 de maio, o Studium de Dança Korpus, de Guarapari, participou da segunda edição do Grande Prêmio Internacional de Dança do Espírito Santo, realizado no Teatro Universitário da Ufes, em Vitória. Com 36 alunos em cena e 11 trabalhos apresentados, a escola foi premiada em nove coreografias, consolidando seu protagonismo no cenário da dança nacional e reforçando o papel da arte na formação de jovens talentos capixabas.

Participar de uma competição internacional não é apenas sobre subir ao pódio — é também sobre troca, crescimento e visibilidade. Para Viviani Lima, diretora e coreógrafa da Korpus, o evento foi uma oportunidade ímpar de aprendizado. “Participar é sempre importante e interessante para os alunos, porque todo o festival é uma troca. Uma troca de experiências, de cultura, de formas de se envolver, entender e ver a dança”, explicou.

A competição reuniu jovens bailarinos do Brasil e do exterior e trouxe, este ano, dois jurados convidados dos Estados Unidos, o que ampliou a relevância e o nível técnico da competição. A Korpus levou ao palco variações de repertório, balé clássico, jazz, estilo livre e danças urbanas — e saiu com expressivos resultados:

Premiações:

• 2º lugar solo balé masculino
• 2º lugar trio balé infantil
• 3º lugar duo balé adulto
• 2º lugar duo jazz juvenil
• 2º lugar trio jazz juvenil
• 2º lugar solo estilo livre
• 2º lugar conjunto jazz
• 2º lugar danças urbanas
• 1º lugar danças urbanas

Destaques individuais e revelações

Entre os destaques, Ana Luiza Januzzi ficou no Top 7 nas variações de repertório adulto, e o pequeno estreante Daniel Viana, de apenas 9 anos, foi indicado ao prêmio de Bailarino Revelação. Mas seu talento foi além: ele conquistou duas medalhas e foi contemplado com cinco bolsas de estudo internacionais — quatro nos Estados Unidos e uma na Argentina, incluindo uma bolsa integral em uma renomada escola de dança em Miami. E tudo isso em sua primeira competição.

Apesar das conquistas, a realidade financeira impõe desafios à realização desse sonho.

“Ele ganhou bolsas integrais para cursos caros no exterior, pelos quais não vai precisar pagar nada. Mas a família não tem condições de custear a viagem. São muitos gastos: transporte, hospedagem, alimentação. Além disso, ele ainda não tem passaporte nem visto. A realidade é que a família não tem como arcar com isso tudo. Daniel é do nosso projeto social”, contou Viviani.

Para além das premiações, a diretora reforça a importância pedagógica e cultural de experiências como essa.

“Trabalhar com arte nunca é fácil, e com cultura, especialmente na nossa cidade, é ainda mais difícil. A gente está em Guarapari, temos a nossa escola há 35 anos. Então, toda oportunidade que eu tenho de levar os alunos para fora, eu levo. A gente precisa mostrar nosso trabalho para o mundo, para poder crescer”,

Ela também destaca como a dança se contrapõe ao imediatismo da geração atual: “Tudo hoje tem que ser rápido, dar resultado rápido. E a dança não tem jeito, ela precisa de tempo. Requer disciplina, repetição, persistência. O detalhe faz a diferença, e isso só melhora com a prática constante” finalizou.

O Studium de Dança Korpus também está com um projeto social em andamento, apoiado pela Lei Aldir Blanc, voltado a alunos da rede pública de ensino. Para mais informações é só conferir o perfil no Instagram do estúdio @studiumkorpus.