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Dia das Mães: mães por adoção de Guarapari abrem o coração e falam do amor pelos filhos
Filhos de coração com o mesmo amor e tratamento
Por Aline Couto
Publicado em 8 de maio de 2022 às 15:00
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A máxima que diz: “Mãe é tudo igual, só muda de endereço”, encaixa bem quando falamos de todos os tipos de mãe, seja ela biológica ou de coração. Neste domingo (08) é comemorado mais um Dia das Mães, e nada melhor do que falar sobre as mães de coração, que tem o mesmo desejo da maternidade que a maioria das mulheres, mas a “gestação” começa com papéis e termina no coração.
Ter um filho pode ser realizado de formas diferentes, não é necessariamente gestar e parir, mas sim abrir o coração. Duas mães de Guarapari, Virgínia Silva de 43 anos e Alynne Martins Liboreiro, 40 anos, abriram o coração e contaram como aconteceu o caminho até a decisão pela adoção e a emoção em ver o rosto dos filhos pela primeira vez.
Virgínia
A mãe contou que o processo de adoção ocorreu de forma tranquila, após a decisão pela dificuldade em engravidar. “Logo que eu e o pai das crianças decidimos pela adoção, levamos os documentos. Aí fizemos a entrevista com a assistente social e escolhemos o perfil dos nossos filhos”.
Ele descreveu que quando viu pela primeira vez o rosto de Gabriel Silva Ribeiro, adotado em 2010 com 55 dias de vida, hoje com 11 anos, e Rafaella Silva Ribeiro, que foi adotada em 2013 com 8 meses, atualmente com 9 anos, foi uma mistura de sentimentos. “Um misto de alegria, emoção e medo, mas foi maravilhoso”.
No entanto, nem tudo corre sempre dá melhor forma, Virgínia também relatou que já sofreu preconceito de algumas pessoas. “São perguntas constrangedoras, algumas por curiosidade e outras por preconceito mesmo. Na maioria dos casos, são questionamentos do tipo: Você não tem medo do que eles podem ser quando adultos? Você gosta deles do mesmo jeito do que se fossem gerados na barriga? Infelizmente o diferente causa estranheza nas pessoas”.
Sobre o primeiro Dia das Mães com os filhos e o deste domingo, ela disse que o primeiro foi de muita alegria, e que as comemorações na escola foram muito emocionantes. “Hoje, vamos fazer um passeio e será igualmente maravilhoso”.
Alynne
A mãe de Arthur Martins Curi, adotado em 2017, agora com 5 anos, e Alexandre Martins Curi, segundo filho a chegar em 2020, hoje com 6 anos, contou que a maternidade sempre foi um sonho, e logo depois que casou decidiu tentar engravidar. Mas não aconteceu como previsto.
“Nós buscamos ajuda da medicina reprodutiva para alcançar uma gravidez de gêmeos muito esperada. Tudo corria muito bem, estava vivendo meu sonho lindo. Entretanto, ao entrar no sexto mês tive uma complicação séria no colo do útero e os bebês nasceram antes da hora. Como eram muito prematuros, não resistiram. Ainda houveram outras tentativas de uma nova gravidez, mas não aconteceu. Então entreguei nas mãos de Deus e continuei fazendo a minha parte: tentativas de filhos biológicos e início ao processo de habilitação para adoção”.
Após aproximadamente dois anos do início do processo de habilitação, Alynne recebeu a ligação. “O toque do telefone de cada um deles, esse momento é sem dúvidas o mais aguardado e o mais emocionante, temos ansiedade, angústia, insegurança e dúvida. Arthur chegou às vésperas do Carnaval e foi pra casa no mesmo dia para me ensinar e me fazer sentir mãe finalmente. Alexandre chegou no pico da pandemia, com a particularidade de só poder encontrá-lo dois meses após a ligação por conta dos protocolos do Covid”.
A mãe relatou que sentiu muita gratidão assim que viu o rosto dos filhos pela primeira vez por ter tido fé e força para enfrentar todas as adversidades que passou e ao mesmo tempo se sentiu imensamente feliz pela graça de ter os filhos tão sonhados junto dela.
Mas assim como Virgínia, ela também lida com preconceitos. “Enfrento preconceitos velados revestidos de olhares curiosos, alguns julgamentos e uma parcela de desconhecimento de muitos sobre o processo e minha decisão”. Mas ela enfatiza que por outro lado, é imensamente apoiada e encorajada por parte de amigos, conhecidos e familiares.
Perguntada do primeiro Dia da Mães, Alynne disse que foi emocionante poder participar de homenagens na escola, e que não teve preço ganhar todo aquele carinho e reconhecimento.
Neste domingo, a família pretende estar em Minas Gerais juntos das avós dos meninos para celebrar a vida em comunhão. “A comemoração do amor se dá todos os dias na nossa família. Mas especialmente no segundo domingo de maio eu me permito ser a mãe dos meninos e honrar meu papel nesse mundo”, finalizou.
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