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Entrevista: Tyago Hoffmann fala sobre transformação social e planos para Guarapari

Confira entrevista exclusiva ao Folhaonline.es

Por Gislan Vitalino

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 18:48

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Fotos: HM Comunicação.

Em fevereiro de 2021, o governador Renato Casagrande (PSB) anunciou mudanças nas secretarias do Governo do Estado. Uma fusão entre duas pastas criou a Sectides – Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento que, desde a mudança, passou a ser ocupada pelo então titular da Secretaria de Governo, Tyago Hoffmann.

À frente da Sectides, Tyago Hoffmann, homem de confiança do governador, conduziu um trabalho que se destacou pela ampliação da oferta de oportunidades de formação para a população capixaba em diversas frentes e do incentivo à educação como ferramenta de transformação social.

Tyago Hoffmann

Natural de Guarapari, Tyago Hoffmann é mestre em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Também foi professor universitário por mais de 15 anos, atuando em diversas disciplinas nas áreas de economia e administração pública. Confira abaixo a entrevista exclusiva do secretário ao Folhaonline.es.

Folhaonline.es: Secretário, nós temos observado que, sob sua condução, há uma prioridade notável na ampliação das oportunidades de educação e formação. Como você enxerga esse trabalho?

Tyago Hoffmann: Na Sectides, nós temos uma crença, que é reflexo do Governo do Estado e do governador Renato Casagrande, de que há um poder de transformação social na educação.

Primeiro, temos que olhar para o Brasil e para o Espírito Santo para ter clareza dos problemas que a gente vive. Eu não tenho dúvida, como alguém que estudou a economia, de que o principal problema brasileiro é a desigualdade social. O Brasil é um país rico, mas com uma renda concentrada na mão de poucos.

Como poder público, nosso papel é trabalhar para reduzir os problemas do país e do Espírito Santo, isso passa por reduzir a desigualdade. Para isso, o principal caminho, ainda que não seja o único, é o da educação e da qualificação profissional. Através disso a gente consegue movimentar a economia.

Na pandemia, como estamos vivendo, existe um aumento significativo da pobreza e da miséria. São pessoas que estão vivendo de doações, de recolher lixo nas ruas. Imagina essa pessoa tendo uma profissão, renda e, a partir disso, levar alimento para sua família. Essa pessoa movimenta o que a gente chama de microeconomia. Aquela renda movimenta o comércio local. A gente acredita nisso e é por isso que nosso governo está fazendo investimentos em educação e qualificação profissional.

O programa Qualificar ES vai formar, esse ano, 150 mil pessoas e em 2022 chegaremos a 200 mil. Quando assumimos a secretaria este programa não estava em Guarapari. Nós conseguimos abrir duas turmas rapidamente na segunda oferta, com cerca de 40 a 50 alunos. Na terceira oferta estamos com mais de 500 alunos, em 2022 vamos chegar em mais de mil alunos em Guarapari. 

Folhaonline.es: Como você enxerga que essa necessidade se demonstra em Guarapari?

Tyago Hoffmann: Em Guarapari, não tão diferente de outras cidades, essa desigualdade está muito presente. E é preciso combater isso. É um problema social que gera violência, gera a necessidade de políticas públicas e isso precisa nos incomodar. Não é possível passar na rua e ver pessoas numa calçada, sem poder alimentar um filho e não se indignar com isso. Quando perdemos essa indignação, deixamos a nossa humanidade ali naquela cena. Precisamos nos indignar e fazer a política pública com paixão.

O governador fala disso, que se a gente pensa a política pública como profissão, ela é uma péssima profissão, porque não se tem hora de trabalhar, descansar, não tem final de semana… Mas se encaramos a política como vocação, ela é uma grande vocação. A sensação de se fazer o bem é muito gratificante. Quando visitamos uma formatura do Qualificar ES, a gente consegue ouvir histórias de vida e o quanto esse programa tem capacidade de transformação social. É nisso que a gente aposta.

Folhaonline.es: Como pessoa natural de Guarapari, qual é a importância desse trabalho dentro da realidade do município?

Tyago Hoffmann: Aqui essa importância é ainda mais especial, porque o Qualificar ES tem uma pegada forte de empreendedorismo. Estamos aqui hoje com cursos da área de gastronomia, por exemplo, nos quais as pessoas podem, depois, empreender. Como nós vivemos numa cidade com clara vocação turísticas, é possível criar negócios que vão atender não só a população que mora aqui, mas também aqueles que frequentam a cidade na época do verão.

Essa característica traz uma capacidade de transformação ainda maior. É possível ampliar para empreender e o programa Qualificar ES tem uma carga horária definida especificamente para isso.

Folhaonline.es: A sua experiência pessoal também passou por essa transformação?

Tyago Hoffmann: A minha experiência pessoal foi transformada pela educação. Eu venho de família simples, meus pais moram até hoje na Rua da Marinha, no Itapebussu, conseguir acessar o Ensino Superior transformou a minha vida. Sou Secretário de Estado hoje porque consegui estudar.

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Essa transformação da educação traz uma melhora a nível pessoal, por permitir acesso a melhores empregos e melhores salários, mas também há um ganho social, porque formamos pessoas, cidadãos. Não é um papel apenas utilitarista. A educação tem um papel de transformar a pessoa em um cidadão melhor, mais consciente.

Folhaonline.es: E quais são os desafios que ainda temos para enfrentar?

Tyago Hoffmann: O desafio da violência é algo estadual que atinge Guarapari. No Programa Estado Presente, o objetivo central é a redução de homicídios, mas o programa também tem um braço na redução de crimes contra o patrimônio. Esse programa está nos bairros mais violentos do Estado, o que inclui alguns bairros de Guarapari.

Dentro disso, nós olhamos a violência de forma holística, não só de polícia, mas social também. É preciso estruturar a polícia e dar poder de investigação, mas também é preciso pensar políticas sociais, para que a polícia não fique só enxugando gelo, como se diz no popular. É deter o criminoso de hoje, mas ao mesmo tempo levar cultura, esporte e formação profissional. O Qualificar ES se insere nesse contexto.

Nós avançamos muito nesse sentido. Antes do primeiro mandato do governador Renato Casagrande, nosso Estado era o segundo mais violento no Brasil. Hoje somos o 14°. Não está bom ainda, mas já demos passos importantes.

Outro problema em Guarapari é que há uma desqualificação do turismo, que ainda é muito sazonal. É preciso transformar essa realidade. Isso depende de políticas municipais, estaduais e federais. Uma das que queremos adotar aqui é a partir do Radium Hotel, um patrimônio importante, tombado, que hoje está sendo destruído pela ação do tempo, sem cumprir seu papel junto à sociedade.

O que queremos fazer com o Radium Hotel e apresentar em breve à comunidade é um espaço de formação profissional para o turismo, em parceria com o Ifes e outras instituições, mas tudo voltado para esse setor.

A cidade precisa também pensar alternativas ao turismo. Isso não significa abandonar essa atuação, mas porque Guarapari não pode ter um polo logístico e até industrial? Não podemos olhar a cidade com um olhar reduzido ao centro urbano. Guarapari tem uma área territorial gigantesca. Com as políticas certas de estímulo empresarial, que estão começando a surgir, e com as políticas estaduais certas, dá para se formar um grande polo logístico do estado.

Folhaonline.es: Sobre o Radium Hotel, o que mais está definido?

Tyago Hoffmann: Para o verão, pretendemos iniciar uma pintura e recuperação, fazer uma melhoria no espaço, com vigilância, iluminação cênica. Lá dentro, será construído um local em que as pessoas poderão conhecer o projeto definitivo.

No ano que vem, aí sim, iniciaremos uma restauração mais profunda, com as reconstruções necessárias. Nós esperamos que essa obra se inicie no primeiro semestre do próximo ano. Vamos pensar um espaço que reconte a história do turismo em Guarapari e do Espírito Santo, porque essa história passa por esse hotel. Algo como um museu, mas algo mais moderno.

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Folhaonline.es: Em 2022 acontecem as eleições que vão definir os nomes dos representantes capixabas na Assembleia Legislativa, no Congresso Nacional e no Governo do Estado. Como seu nome vai estar disponível nesse processo?

Tyago Hoffmann: Nossa prioridade é defender a continuidade do projeto que governa o Espírito Santo e isso é maior que nomes, estamos falando de um projeto. E essa continuidade é importante porque a gente vê resultados em todas as áreas e em todos municípios. Na última semana, Guarapari, por exemplo, teve uma ordem de serviço de quase R$ 80 milhões. É uma obra muito relevante e significativa. É um projeto com excelentes resultados em economia, educação, formação. É algo que merece essa continuidade.

A minha questão mais pessoal será definida no ano que vem.  E vai ser o resultado de uma trajetória, não há um fim em si mesmo. Meu foco agora é ajudar o governador a levar políticas públicas de qualidade na sociedade.

Ninguém é candidato de si próprio. Entre 2015 e 2018, houve uma exigência de um grupo, de que o Renato Casagrande fosse candidato a governador. Havia um grupo que entendia que o retorno de Casagrande ao Governo representava um retorno de políticas públicas importantes para aquele momento.

Isso é resultado. Não adianta sentar numa cadeira e defender uma visão de mundo, sem que essa visão de mundo tenha eco em torno dessa tese. Dessa forma, não há candidatos.

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