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Mulheres vítimas de violência podem contar com locais de apoio em Guarapari

Por Redação Folhaonline.es

Publicado em 31 de julho de 2022 às 15:00

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Mulheres vítimas de violência podem contar com locais de apoio em Guarapari
Foto: reprodução internet

A violência contra as mulheres é um dos temas que mais tem estado em visibilidade na mídia. São vários os fatores que contribuem para o aumento desses casos, entre eles, a perda do emprego por parte dos pais de família e o isolamento social provocado pela pandemia, fazendo com que as mulheres fiquem mais vulneráveis aos atos de agressão. A violência pode se enquadrar em diferentes grupos: doméstica, psicológica, obstétrica, a importunação física e sexual, assédio, entre outros.

As sequelas físicas resultantes de agressões são as mais variadas, vão desde pequenas lesões corporais até danos permanentes no corpo. Segundo a investigadora Bruna Bigossi, da Delegacia de Mulher de Guarapari, no Brasil, as mulheres negras têm sido as principais vítimas de violência.

“No dia a dia da delegacia, quando se fala de violência contra mulher, não há recorte de cor, raça ou classe econômica, no entanto, se tratando de Brasil, sabe-se que o fato de ser negra e pobre são fatores que as colocam em situação de vulnerabilidade. De acordo com o Atlas da Violência (2021), as mulheres negras são as que mais sofrem violência no Brasil, em cada dez mulheres mortas, seis são negras”, explicou.

Ainda segundo a investigadora, com a Lei Maria da Penha, a violência praticada no âmbito familiar e afetivo passou a ter mais visibilidade e seriedade. “A Lei permitiu que as mulheres tenham outra concepção de amor e afeto; quem ama não bate, não humilha, não mata. Proibir a mulher de usar determinadas roupas, forçar a relação sexual, humilhá-la por ter uma opinião diferente e até mesmo agredi-la passou a ser crime. Um crime de ameaça pode ter representação ou não, a mulher pode desejar apenas a medida protetiva”, enfatiza Bruna.

O machismo, ainda segundo a investigadora, é um comportamento cultural, portanto, difícil de ser confrontado e combatido. “Em muitos casos, a prisão é necessária, pois é o único meio de manter o agressor afastado da vítima. Um exemplo é a tipificação do crime de Descumprimento de Medida Protetiva (art. 24 A da lei Maria da Penha), quando o agressor não respeita as medidas impostas pelo juiz e ainda assim, insiste em manter contato com a vítima”, relatou.

Mulheres vítimas de violência podem contar com locais de apoio em Guarapari
Foto: reprodução internet

Espaço de acolhimento

Em Guarapari, um dos locais de acolhimento para essas mulheres vítimas de violência é o EcoPaz (Espaço de Convivência Paz e Bem), inaugurado no primeiro trimestre deste ano. O espaço é voltado para o acolhimento emocional e afetivo de mulheres.

“Tornou-se muito necessário esse espaço de acolhimento, pois a família geralmente gira em torno da mulher, se esta adoece, a família adoece, a sociedade adoece. Pensando nisso, decidimos oferecer este apoio através do EcoPaz, onde elas recebem inicialmente apoio emocional com pessoas capacitadas, roda de conversa, atendimento psicológico, acupuntura, massoterapia, aulas de artesanato (algumas atividades ainda em processo de construção) ”, descreveu a presidente do espaço, Dinalva Dornellas.

O EcoPaz, que tem parceria com a Delegacia da Mulher, com o CRAS, CREAS e escolas da região, também está buscando o apoio do projeto “Homem que é Homem”, da Polícia Civil, onde os agressores participam de grupos voltados para a prevenção de agressões num processo socioeducativo. “Penso que projetos como esse precisam se multiplicar, pois a demanda ainda é grande, infelizmente”, declarou Dinalva.

As consequências da violência contra a mulher são inúmeras. Em geral, as vítimas são acometidas por quadros de ansiedade e depressão. “São nesses espaços que as mulheres conseguem dividir suas dores e angústias, conversando e dividindo seus sentimentos com outras mulheres, também vítimas de violência. O espaço visa apoiar e ajudar essas mulheres a saírem desse ciclo vicioso, para que não continuem sofrendo com o descaso e a violência de uma sociedade machista, sexista e preconceituosa. Necessitamos de mais espaços que apoiem essas mulheres com outros tipos de serviço, onde as mulheres possam ser acolhidas, pois o nosso espaço presta acolhimento psicológico e emocional”, enfatiza a psicóloga e vice-presidente do espaço, Alba Sampaio.

Outros locais de apoio

A mulher que tiver em grave risco devido a situação de violência doméstica é encaminhada, por meio das delegacias da mulher à Casa Abrigo, local que acolhe as vítimas e seus filhos menores e/ou incapazes.

Há ainda o plantão especializado da mulher (Vitória), onde policiais são preparados para atender as demandas relacionadas à violência doméstica, como requerimento de medidas protetivas e encaminhamento aos locais competentes.

Denúncias de violência podem ser realizadas pelos telefones: 180 ou 190. Não precisa se identificar.

Espaço EcoPaz

Endereço: Rua Horácio Santana, 434 – Parque Areia Preta

Contato: (27) 99629-1130

Horário de funcionamento: Segunda à sexta-feira – das 14h às 18h

*Texto: Simone Cerveira

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