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Setembro Verde: a importância da informação para doação de órgãos

Objetivo é destacar que a informação sobre o ato de doar órgãos pode salvar vidas

Por Redação Folhaonline.es

Publicado em 8 de setembro de 2023 às 09:19

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world mental health day green ribbon put human s hands blue background - Setembro Verde: a importância da informação para doação de órgãos
Foto: reprodução

O mês de setembro tem início com uma importante campanha no País, o “Setembro Verde”. Este é o mês dedicado à conscientização e ao incentivo à doação de órgãos. O objetivo é destacar que a informação sobre o ato de doar órgãos pode salvar vidas, além de ser um pilar importante nesse processo e que precisa ser difundida.

As doações de órgãos só acontecem após uma série de processos e protocolos de segurança, incluindo o diagnóstico de morte encefálica, a autorização familiar para doação, a avaliação dos órgãos de modo a afastar doenças infecciosas, além da realização de exames de compatibilidade com prováveis receptores.

Para que a doação ocorra, é preciso que o paciente tenha morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral), confirmada. Após a confirmação do diagnóstico, a Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo (CET-ES) é notificada e a família consultada. É por meio da entrevistada realizada por uma equipe de profissionais de saúde que a família é informada sobre o processo e é solicitado o consentimento para a doação de órgãos.

A coordenadora da Central Estadual de Transplantes do Espírito Santo, Maria Machado, salientou que, no Brasil, a retirada de órgãos só é efetuada mediante autorização familiar. Portanto, mesmo que alguém tenha expressado o desejo de ser doador em vida, a doação só ocorre se a família concordar.

“O papel desempenhado pela família nesse contexto é de extrema importância. Por essa razão, é essencial que a sociedade compreenda e compartilhe a relevância da doação de órgãos. Isso garantirá que, durante o momento delicado da entrevista, mesmo diante da dor da perda, a família possa dizer ‘sim’, dando a oportunidade da realização da doação, tirando pessoas das listas de transplantes e devolvendo a vida ou a qualidade de vida àqueles que esperam”, ressaltou Maria Machado. 

No Espírito Santo, no ano de 2022, foi registrado o maior número de recusas familiares dos últimos cinco anos, com 58% das entrevistas resultando na não autorização para a doação. Em 2023, até agosto, esse dado é de 45% de recusas. Os dados são da CET-ES.

No entanto, foi o “sim” de uma família que mudou a vida do jovem Ivan Julio do Nascimento, de 23 anos. Após contrair uma infecção no olho esquerdo, no Carnaval deste ano, ele não imaginava o perigo que correu, podendo até perder a visão. Devido à gravidade do caso, Ivan Nascimento entrou na lista de transplante de córnea. “Um dia, acordei com uma conjuntivite e, logo depois, tudo piorou, a ponto de eu não conseguir abrir o olho. Fiquei com muito medo de não enxergar. Então, quando me ligaram dizendo que tinha chegado uma córnea que era compatível, foi um dos melhores dias da minha vida”, disse. 

Ivan Nascimento disse ainda que a primeira vez que precisou fazer uma cirurgia foi para receber o transplante. Ao lembrar da família que disse “sim” para esta nova etapa de vida, ele não esconde a gratidão. “Fico me tremendo de emoção só de pensar nisso. Tenho que agradecer muito a essa família, a Deus e aos profissionais que cuidaram de mim, e por ter voltado a enxergar”, comentou. 

Assim como a doação pôde ajudar a vida do Ivan Nascimento, a coordenadora do CET-ES, Maria Machado, ressaltou que um único doador pode salvar ou melhorar a qualidade de vida de muitas outras pessoas. “Órgãos, como coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas, além de ossos, vasos sanguíneos, pele, tendões, cartilagens e córneas podem ser doados. Anualmente, milhares de vidas são salvas por meio do ato de doação de órgão”, pontuou.

A campanha “Setembro Verde” foi criada a partir da Lei 15.463/2014, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos, e tem o dia 27 de setembro como o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Mais informações a respeito desse ato tão importante e que pode mudar a vida dos mais de dois mil capixabas que, atualmente, aguardam na lista de espera por um órgão, acesse https://saude.es.gov.br/transplantes.

Dados no Espírito Santo 

No Espírito Santo, são realizados transplantes de coração, fígado, rim, córnea/esclera, medula óssea autólogo e medula óssea aparentado e não aparentado. Em 2022, o Estado realizou 437 transplantes. Já em 2023, até o dia 31 de agosto, foram 277. Quando não há compatibilidade com os pacientes listados no território capixaba, o órgão é ofertado a pacientes de outros estados. 

Em relação à lista de espera, até o dia 31 de agosto, 2.102 pacientes estavam aguardando por um órgão no Estado, sendo 1106 para rim, 979 para córnea, 14 para fígado e 03 à espera de um coração. 

O Estado conta ainda com seis equipes credenciadas no Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e habilitadas para transplantes de órgãos sólidos, cujos procedimentos são realizados no Hospital Meridional de Cariacica e no Hospital Evangélico de Vila Velha, além das unidades que realizam transplante de medula e de córneas. As unidades são: 

– Hospital Meridional de Cariacica: coração, fígado e rins;

– Hospital Evangélico de Vila Velha: coração, rim, fígado e córnea;

– Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM): córnea;

– Hospital Santa Rita: transplante de medula autólogo e alogênico aparentado;

– Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória: córnea;

– Centro de Cirurgia Ocular do Espírito Santo (CECOES): córnea (procedimento por convênio particular);

– Instituto de Olhos do Espírito Santo (IOES): córnea (procedimento por convênio particular);

– Instituto Oftalmológico Santa Luzia: córnea (procedimento por convênio particular);

– Hospital Mata da Praia: córnea (procedimento por convênio particular);

Embora haja unidades particulares, todo o processo de notificação, captação e doação de órgãos é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nas unidades particulares, os pacientes integram a mesma lista do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), com alocação conforme ordem, prioridade e compatibilidade. A diferença está no financiamento da cirurgia, exames e hospitalização, que são arcados por meio do convênio ou particular. 

No Estado, há também os bancos de olhos que fazem a captação de córneas. Eles estão localizados no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (HUCAM), que realiza a captação de córneas em Vitória; e no Hospital Evangélico de Vila Velha, que faz a captação de córneas nos demais municípios do Espírito Santo.

*Com informações do Governo do Estado.

É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do FolhaOnline.es.

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