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Vans X ônibus: problema antigo, mas longe de ser resolvido em Guarapari

Por Aline Couto

Publicado em 22 de fevereiro de 2022 às 18:00

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Problema recorrente há anos, a movimentação de transportes alternativos em Guarapari só faz aumentar. Ilegais, vans circulam livremente no município e cada vez mais cheias. Um dos apontamentos da população para a utilização das vans são os problemas com a única empresa responsável pelo transporte coletivo da cidade, a Expresso Lorenzutti; alto valor da passagem; poucos veículos rodando; demora na espera nos pontos de ônibus; bairros sem opções de coletivos; atraso nos pagamentos dos funcionários e greves; ajudaram a afastar o público dos ônibus.

Em contraponto, como são irregulares e não tem permissão de realizar esse transporte no município, às vans não passam por inspeções ou fiscalizações dos veículos antes de circular. Algumas vans, já visualmente, são possíveis de notar a falta de segurança e cuidado. Em outras, notadam-se no interior dos veículos, como goteiras quando chove; bancos rasgados; superlotação; entre outras ilegalidades.

O que povo diz

“As vans acabam sendo uma saída quando a gente precisa se locomover rápido para algum lugar. Quase sempre passam antes dos ônibus e fazem as rotas mais utilizadas. Então, mesmo sabendo da insegurança e da irregularidade, algumas vezes acabamos recorrendo a esse tipo de transporte porque é a forma que temos de chegar mais rápido”, explicou um morador do bairro Muquiçaba, que pediu para manter o nome preservado, sobre a opção pela utilização das vans.

“Temos medo sim, mas precisamos manter nosso emprego e chegar a casa para cuidar da família. Em Guarapari, atualmente, tem muito mais vans que entram em diversas localidades que ônibus. O preço é o mesmo, e às vezes até mais barato. Claro que queremos conforto e segurança, mas nem nos coletivos temos isso. Sempre prometeram ar condicionado, micro-ônibus e mais linhas. Mas como tudo cai em política, fica um jogo de empurra e nada é resolvido”, relatou Antônia Nascimento, moradora do bairro Meaípe.

“Já são dois anos que estamos com problemas com os ônibus, mas que fique claro que não é culpa dos motoristas e cobradores, porque eles se esforçam muito. Por isso sou a favor das vans, precisamos trabalhar, temos responsabilidades e contas a pagar. Os ônibus demoram muito para chegar ou não passam, e estão sempre muito cheios. No final, quem segura à situação são as vans. Isso tem que mudar, é necessário resolver a questão do transporte coletivo no município de qualquer jeito. Não podemos pagar o preço pelo erro dos outros. Cadê as autoridades? Guarapari está entregue as baratas”, descreveu Delma Feliz, residente no bairro Elza Nader.

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Respostas

Após ouvir a população, o folhaonline.es procurou os envolvidos no transporte coletivo municipal, Prefeitura de Guarapari e Expresso Lorenzutti, para falar sobre a questão das reclamações do serviço dos ônibus e a respeito da circulação das vans na cidade. E buscamos com o Ministério Público do Estado do Espírito Santo – MPES se o órgão já foi acionado ou recebeu alguma denúncia relacionada às questões.

Expresso Lorenzutti

A empresa concessionária registra diariamente grande perda de usuários para o transporte clandestino e predatório realizado por veículos que atuam no Município de Guarapari.

Tal prática, além de configurar concorrência desleal e ruinosa, implica em graves prejuízos para o sistema de transporte municipal, tendo em vista que reduz a receita da concessionária e, via de consequência, prejudica o desenvolvimento regular do serviço.

A gravidade da situação já foi diversas vezes exposta aos órgãos competentes sem que tenha havido qualquer medida que possibilitasse uma resolução eficaz da questão.

Inclusive, o combate ao transporte clandestino é uma obrigação do Município de Guarapari expressamente prevista no Contrato de Concessão, o qual não vem adotando as medidas necessárias para sua fiscalização e combate, gerando inúmeros prejuízos.

Importante consignar que o transporte clandestino gera prejuízo não apenas para a concessionária, mas também para os próprios usuários do Sistema de Transporte Municipal ao aumentar a ociosidade da frota, a diminuição de linhas e menor desempenho no serviço.

Da mesma forma, gera prejuízo para os usuários do próprio transporte clandestino e para toda a sociedade, que pagam valores equivalentes ao do transporte regular e se vêm submetidos à veículos piratas, sem autorização para circulação, com restrições administrativas, motoristas sem habilitação e até mesmo a utilização de mão de obra infantil.

Para além do combate ostensivo e efetivo a ser realizado pelos órgãos públicos competentes (Prefeitura, Polícia Militar, Guarda Civil, Ministério Público, dentre outros), a conscientização da população quanto aos prejuízos inerentes ao transporte clandestino também se revela como fator importante para inibir essa prática ilegal e prejudicial à sociedade”.

Prefeitura de Guarapari

A Prefeitura de Guarapari, através da Secretaria de Postura e Trânsito (Septran), informa que os veículos identificados realizando transporte irregular na cidade, são fiscalizados diariamente e autuados pelos agentes municipais.

Alguns veículos possuem dezenas de multas, e já ocorreram diversas conduções dos motoristas à delegacia de Polícia Civil.

Contudo, é necessário que a concessionária de transporte coletivo público ofereça mais horários, dando amplitude de cobertura e de modo eficiente aos usuários.

O município já realizou diversas reuniões com os responsáveis pela empresa, mas sem sucesso.

A empresa não atendeu à solicitação do município, para ampliar a oferta de horários, pois conseguiu na justiça, liminares para continuar funcionamento nos moldes atuais, cedendo espaço às vans e deixando a população desabastecida de transporte”. 

MPES

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo, por meio da Promotoria de Justiça Cível de Guarapari, informa que está ciente dessa situação que já foi objeto de diversas tratativas sem efeito junto ao Executivo Municipal que culminaram no ajuizamento de uma Ação Civil Pública (ACP) que tramita no Judiciário. A ACP é para obrigar o município a cumprir com o dever de fiscalizar e de retirar de circulação veículos de transporte clandestinos que não apresentam segurança, entre outros problemas, em prejuízo a toda a população”. 

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