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Coluna Marcelo Moryan: O GRANDE TRUQUE: esquerda e direita, dois lados da mesma mamata
Por Marcelo Moryan
Publicado em 29 de junho de 2025 às 09:00
Atualizado em 30 de junho de 2025 às 08:09
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Sabe qual é a diferença entre esquerda e direita? A resposta, sem rodeios, é uma só: NENHUMA. Por mais que tentem nos vender narrativas opostas, a verdade é que a diferença é quase imperceptível. É tudo uma grande mamata, onde ambos os lados parecem pouco se importar conosco, o povo. Às vezes, são até parceiros, numa dança que nos prejudica.
Essa dança, aliás, não é nova. A história está cheia de momentos em que supostos adversários se uniram por interesses comuns, deixando o povo de lado. Pense nos blocos parlamentares: não importa a ideologia, eles se articulam para garantir cargos, emendas e privilégios. A desculpa? Sempre a mesma: “bem maior” ou “governabilidade”.
Para não ficar preso ao passado, vamos aos exemplos recentes. Um deputado do MDB destina milhões para recapear a própria rua. No Congresso, numa união rara, aprovam o aumento de deputados federais. Ohhh, mais gastos e privilégios para a mesma casta. Em Guarapari, a Câmara Municipal, por 15 a 1, criou mais de 52 cargos. Um placar que mostra a unanimidade da conveniência – o voto contrário foi do Vereador Thiago Garrocho.
A ironia atinge o ápice nas alianças inusitadas. Lembrem-se da derrubada do veto presidencial que afetará a conta de luz. 92% dos deputados petistas, “defensores do povo” e “inimigos” da direita, votaram lado a lado com adversários para encarecer a energia. A ideologia é jogada pela janela quando o interesse fala mais alto. É a prova de que as diferenças são detalhes, fantasias para o eleitor. Na hora de votar, nos comportamos como torcedores fanáticos. É impressionante.
Nosso sistema se tornou impraticável e corrupto, impossível de acertar o alvo. Não é questão de partido, mas de uma estrutura viciada que se retroalimenta da inércia e da nossa apatia. A política, vejam só, é um prato cheio para os sete pecados capitais. Tem a ganância por poder e dinheiro, a soberba de se achar acima do bem e do mal, a inveja do sucesso alheio. A preguiça de trabalhar de verdade pelo povo, a gula por privilégios, a ira contra quem ousa questionar e a luxúria pelo status. Tudo isso se manifesta de forma escancarada, mas sempre disfarçado de “bem comum” ou “defesa da democracia”.
Existe esperança? Para ser sincero, a resposta ainda é desanimadora: não creio que pelos próximos 100 anos isso mude radicalmente. A política é um reflexo do que somos. E o grande truque continua, se reinventando a cada eleição, a cada manchete. A esquerda e a direita, dois lados da mesma moeda, girando no ar, sempre caindo em pé, enquanto nós, os espectadores, continuamos a aplaudir ou a lamentar, sem perceber que o espetáculo é sempre o mesmo. Talvez a verdadeira ironia seja essa: a mamata não tem lado, mas nós, os ILUDIDOS, continuamos a insistir que tem.
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As informações e/ou opiniões contidas neste artigo são de cunho pessoal e de responsabilidade do autor; além disso, não refletem, necessariamente, os posicionamentos do folhaonline.es
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